Yasmin Garcia – acadêmica do 7° semestre de Relações Internacionais da Unama

Apesar de ser celebrado majoritariamente com sentido religioso, o Natal já existe desde a antiguidade, quando o cristianismo ainda não era uma das principais religiões do mundo. A exemplo disso, pode-se mencionar os romanos, que comemoravam o solstício de inverno, cultuando o Deus Sol, no final de dezembro; já os mesopotânicos, festejavam o Zagmuk, festa na qual um homem era escolhido para ser sacrificado (BIBLIO, 2020).
Somente no século IV, com a ascensão do Cristianismo, o Natal passa a ser celebrado no dia 25 de dezembro. A data foi estipulada pelo Papa Julius I – haja vista que o dia exato do nascimento de Jesus era desconhecido -, e decretada feriado nacional anos mais tarde pelo Imperador Justiniano (BIBLIO, 2020).
Atualmente, a festa é conhecida por todo o globo; no entanto, há diferentes maneiras de celebração em cada região. Na América, por exemplo, alguns países dão tanta importância para o Natal antecipam o festejo, como aconteceu em 2015 na Venezuela, onde o presidente Nícolas Maduro adiantou as comemorações para novembro (EL PAÍS, 2017).
Já na África, continente majoritariamente católico, o nascimento de Jesus é celebrado no dia 25. Porém, com as altas temperaturas dessa época, a tradição é ir à praia para comemorar. Há alguns costumes diferentes, como na Etiópia, onde as crianças não ganham presentes, e os idosos praticam o jejum (EL PAÍS, 2017).
Na Ásia, o cristianismo é minoria. Sob esse viés, não é de se estranhar que países como o Japão só comemoram o feriado no dia 31 de dezembro, quando é celebrado o Omisoka, no qual tradições como badaladas de sino, organização de casas e pagamento de dívidas são presentes.
A Europa – sobretudo a parte ocidental – segue os princípios da religião Católica Apostólica Romana. Não obstante, a Rússia, que segue os dogmas da igreja Católica Ortodoxa, só celebra o Natal no dia do Ano Novo, quando as crianças recebem a visita do “Avô de Gelo” (EL PAÍS, 2017).
Diante dos fatores supramencionados, é ideal mencionar a tese de Michel Foucault, que diz que as práticas discursivas são o modo da sociedade de ressaltar os discursos dominantes, expressando o domínio da ideia sobre a população (BRAGANÇA, S.I.). As diversas formas de celebrar o Natal foram introduzidas e estabelecidas por cada sociedade, de maneira diferente, e se tornaram tradições para aquela comunidade específica.
Assim como a teoria de Foucault, cada forma de manifestação se tornou um discurso dominante e aceito por toda a população que a pratica. Portanto, infere-se a importância do feriado mundialmente, e sua diversidade cultural com as mais diferentes tradições ao redor do mundo.

REFERÊNCIAS
BRAGANÇA, Daniel Avellar. A Teoria Pós-moderna Das Relaçõesinternacionais: Uma Discussão. UFSC: São Paulo, [S.I].

LOPEZ, Alberto. As diferentes formas de celebrar o Natal nos cinco continentes. El País, 2017. Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2017/12/25/estilo/1514156517_679259.html

[S.I.] História do Natal. Minas Gerais: Biblio, 2020. Disponível em https://biblio.direito.ufmg.br/?p=4105