Amanda Olegário – 3º semestre

Durante as duas guerras mundiais o desenvolvimento do comércio internacional acabou sendo prejudicado. Com isso, após a Segunda Guerra Mundial, foi proposta uma nova ordem internacional pelos países aliados a partir de tratados que “instituíam organizações internacionais associadas à manutenção da paz, que ligava o desenvolvimento econômico ao livre comércio das nações” (FONTOURA, 2017, p. 7).

No entanto, o bipolarismo ideológico marcado pela Guerra Fria causou transtornos nas relações comerciais devido o fortalecimento do protecionismo e da criação de barreiras ao comércio (FONTOURA, 2017).

Com o fim da Guerra Fria, surgiu o sistema multipolar e a criação de órgãos supranacionais e de organizações entre nações fazendo frente ao aumento da interligação entre as economias, à intensificação das transações financeiras e à crescente interdependência entre os países como forma de manter o status quo de sua economia e a sua reestruturação frente a economias emergentes (WEILAND, 2015).

Para se adaptar ao novo contexto internacional e às mudanças políticas e econômicas ocorridas na décadas de 1980 e 1990, a América Latina se utilizou de recursos para alcançar maior competitividade e desenvolvimento em meio ao processo de globalização. Foi a partir disso que surgiu o Mercado Comum do Sul (Mercosul).

O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é um bloco econômico criado por quatro países da América do Sul: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Foi instituído em 1991, através do Tratado de Assunção, com o objetivo de promover a integração econômica, política e social dos países membros.

Atualmente, o Mercosul compõe todos os países da América do Sul, divididos entre Estados Partes, os quais são os membros fundadores (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai mais a Venezuela, esta última suspensa) e Estados Associados, compostos pela Bolívia (em processo de adesão ao bloco desde 2015), Chile (desde 1996), Peru (desde 2003), Colômbia e Equador (desde 2004), Guiana e Suriname (desde 2013). Vale mencionar que há também dois países observadores: a Nova Zelândia e o México.

Além do fortalecimento da economia e do aumento de competitividade, a integração regional foi vista como uma alternativa para diminuir a dependência em relação aos países desenvolvidos. O Mercosul surgiu como uma resposta a essa demanda por maior integração.

Desde a sua criação, o Mercosul passou por diversas transformações e desafios. Um dos principais problemas enfrentados pelo bloco tem sido a assimetria entre os países membros, em termos de tamanho, desenvolvimento econômico e capacidade de negociação.

O Bloco tem sido criticado por sua falta de avanços significativos em áreas como a integração política, além da consolidação da união aduaneira, diminuição das disparidades econômicas, dentre outros desafios. Apesar dessas dificuldades, o bloco ainda é visto como uma importante iniciativa de integração regional na América Latina.

Do ponto de vista das Relações Internacionais, o Mercosul é um exemplo de como os países podem trabalhar juntos para promover seus interesses comuns e enfrentar desafios globais. Ao mesmo tempo, o bloco também ilustra os desafios enfrentados pelas iniciativas de integração regional, como a necessidade de equilibrar interesses divergentes e superar as assimetrias entre os países membros.

O Mercosul contribui de forma significativa para a diplomacia brasileira em diversas negociações internacionais, para o encaminhamento de políticas internas e até mesmo em questões envolvendo a organização econômica e administrativa brasileira, como é argumentado pela autora Fontouro (2017, p. 25)

“não compete ao Mercosul responder por problemas – de desenvolvimento econômico e tecnológico, de desequilíbrio regional, de correção das desigualdades sociais internas, de desemprego, de educação, de justiça social – que limitam o Brasil, e demais membros do bloco.”

Constata-se que o MERCOSUL é visto pelo Brasil como um meio para expandir sua influência regional e global. Embora a política externa brasileira tenha uma perspectiva mais ampla, a integração regional através do MERCOSUL é considerada extremamente importante para que o país se torne um Estado mais forte dentro do sistema internacional.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FONTOURA, Andrezza. A relevância do Mercosul para o Brasil sob o aspecto de integração regional e global. Disponível em: https://bdm.unb.br/bitstream/10483/19207/1/2017_AndrezzaMunizBarretoFontoura.pdf

WEILAND, Cristhofer. O papel econômico e político do Mercosul como estratégia para a inserção internacional brasileira. Revista Estudos Internacionais. v. 3 n. 1 jan-jun 2015, p. 93-114.