
Brenna da Silva Dias
acadêmica do 5º semestre de Relações Internacionais da UNAMA
Considerada uma das maiores popstars da década, Madonna marcou gerações com suas músicas e clipes. Quebrando paradigmas e se rebelando contra ideias machistas e ultrapassadas, a cantora, até a atualidade, é um exemplo para inúmeras mulheres.
Madonna Louise Ciccone nasceu em 16 de agosto de 1958, em Bay City, Michigan, Estados Unidos. Filha de uma família de origem italiana, Madonna ficou órfã de mãe na infância. Através das aulas de piano e dança que lecionava, ganhou uma bolsa para a Universidade de Michigan, contudo no primeiro semestre, foi convidada para estudar dança em Nova York, para onde se mudou. Em Nova York Madonna trabalhou em diversas profissões, entre elas como backing vocal de Patrick Hernandez em sua apresentação nos Estados Unidos. Em 1982, ela lançou seu primeiro single e álbum, “Everybody” e “Madonna”, respectivamente. Sua carreira decolou com o álbum “Like a Virgin” (1984) que a trouxe bastante reconhecimento e polêmicas também.
Usando seus álbuns e performances para tratar de assuntos considerados tabus para a época, em 1986, na faixa “Papa don´t preach”, a cantora aborda sobre gravidez na adolescência e aborto. Ela ainda afirmou que a canção era dedicada ao Papa, numa crítica à luta da Igreja Católica contra a legalização da prática do aborto.
Em 1989, seu álbum “Like a prayer” foi lançado, no auge da epidemia da AIDS, Madonna utilizou o encarte do álbum para conscientizar e quebrar paradigmas sobre a doença e incentivar o uso de preservativos.
No ano seguinte quando saiu com a turnê “Blond ambition tour”, a cantora causou um alvoroço por aparecer pela primeira vez com o icônico sutiã de Jean Paul Gaultier para cantar a música “Express yourself” um hino em que convoca mulheres a levantarem suas vozes e não aceitarem “ser a segunda opção”.
Seguindo na linha de empoderamento feminino, em 1992 a cantora lançou o álbum “Erótica” e um livro intitulado “Sex”, falando sobre suas fantasias e explorando a própria sexualidade, à semelhança com o cantor Michael Jackson que estava no auge da sua carreira com suas danças com passos sensuais. Contudo, para Madonna a recepção foi diferente, sendo boicotada e motivo de piadas em momentos, a sua carreira declinou após as obras e apenas retornou ao seu auge no final da década de 1990.
Visto suas lutas e ações realizadas ao longo de sua carreira, é possível relacionar a cantora Madonna com a Teoria de gênero das Relações Internacionais. A teoria de gênero aborda a construção social dos papéis impostos a homens e mulheres, normalmente aplicados em proporções diferenciadas, sendo acarretadas diferentes consequências a ambos os gêneros, desde a violência observada em conflitos à questões políticas (SMITH, 2018).
Tendo sua importância reconhecida com inúmeros prêmios, Madonna é referência na luta de mulheres contra os padrões impostos para mulheres pela sociedade.
Referencias
SMITH, Sarah. Introducing feminism in international relations theory. Retrieved from E-International Relations: https://www. e-ir. info/2018/01/04/feminism-in-international-relations-theory, 2018.
OITO momentos que Madonna desafiou o machismo e o preconceito. OGlobo, 14 jun. 2019. Disponível em: https://oglobo.globo.com/celina/oito-momentos-em-que-madonna-desafiou-machismo-o-preconceito-23735394. Acesso em: 26 fev. 2023.
MADONNA. [S. l.], 2023. Disponível em: https://www.ebiografia.com/madonna/. Acesso em: 26 fev. 2023.