
Rafaela Vale – Acadêmica do 7º semestre de Relações Internacionais da UNAMA.
Ficha Técnica
Ano: 2020
Criador: Darren Star
Diretor: Andrew Fleming
Distribuidora: Netflix
Gênero: Comédia. Romance.
Local de origem: Estados Unidos. França.
A série criada por Darren Star, lançada no ano de 2020, abre espaço para uma demonstração moderna acerca de choques culturais, assim como do grande impacto das redes sociais como uma ferramenta de marketing e liberdade de expressão.
Residente de Chicago, Emily Cooper (Lily Collins), uma jovem publicitária, é agraciada com uma proposta de trabalho inesperada, que consta em se mudar para Paris e integrar a equipe de marketing da Savoir, uma das maiores empresas de publicidade da França. Ignorando a barreira linguística — acentuada pelo fato da protagonista não dominar o idioma — Emily aceita o desafio e embarca para a França.
Ao enfrentar os primeiros dias na Cidade Luz, Emily percebe que as coisas não funcionariam de acordo com suas idealizações, pois o choque cultural, presente inclusive entre as interações com a sua equipe de trabalho, torna-se cada vez mais desafiador. Com isso, a jovem estadunidense começa a ganhar notoriedade nas redes sociais ao compartilhar momentos em que explora o dia a dia e a cultura francesa por uma perspectiva americana.
Por conta de sua astúcia e carisma, Emily rapidamente conquista o coração dos franceses e de seus seguidores no mundo virtual, sendo capaz de desenrolar situações cômicas de entre as diferenças culturais e formar redes de contatos que beneficiam sua carreira.
Apesar do bom humor apresentado na série, os dramas românticos protagonizados entre a personagem e seus interesses amorosos e o visual chamativo da fotografia e figuração, Emily em Paris ainda se trata de um drama sobre uma imigrante, que, apesar de sua origem norte-americana apresentar privilégios, ainda é exposta a situações de exclusão e humilhação simplesmente por seu papel como estrangeira em uma empresa em sua totalidade integrada por franceses, sendo este um fato mencionado a todo instante para a publicitária em qualquer tentativa de enriquecer as ideias de marketing com uma visão estadunidense.
Na série, a migração é retratada com uma visão mais moderna, cercada pelo contexto das redes sociais e como isso afeta nas dinâmicas entre Emily e a sociedade francesa. Dessa forma, demonstra as consequências da facilidade da mobilidade geográfica, flexibilidade do mercado de trabalho e fluxo de informações abordados pelos estudos de migração de Sassen (1988), através da modificação em aspectos tradicionais das estruturas de trabalho em sociedades capitalistas (ASSIS; SASAKI, 2016)
Em virtude desses aspectos, Emily em Paris se torna uma alternativa para conferir de uma forma diferenciada a perspectiva de uma imigrante em terras estrangeiras, utilizando da comédia, mas apresentando críticas na narrativa que podem ser analisadas de forma crítica com tópicos das Relações Internacionais.
REFERÊNCIAS
SASAKI, Elisa Massae; DE OLIVEIRA ASSIS, Gláucia. Teorias das migrações internacionais. Anais, p. 1-19, 2016.
APA
SASSEN, Saskia – The mobility of labor and capital: a study in international investment and labor flow, New York, Cambridge University Pres, 1988.