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O turismo internacional é uma atividade que pode ser extremamente importante para a economia de um país. No Brasil, o setor demonstra um enorme potencial a ser aproveitado e o desenvolvimento dessa indústria é um tópico imprescindível a ser tratado, sendo necessário discorrer sobre o que pode tornar o país um destino mais atrativo para estrangeiros.

Atualmente, o Brasil é um país que atrai muitos turistas estrangeiros anualmente. Segundo dados do Ministério do Turismo, em 2022 o país recebeu mais 3,63 milhões de estrangeiros, que por sua vez gastaram quantitativamente 4,952 bilhões de dólares (BRASIL, 2023). No entanto, quando comparado com desempenho do setor turístico de alguns países, o Brasil mostra-se pouco competitivo. Na Itália, por exemplo, o turismo desempenha um papel chave para a economia do país, movimentando quase 100 bilhões de euros e sendo responsável por 8,8% da taxa de emprego do país em níveis pré-pandemia (OCDE, 2022).

Fatores naturais e culturais são alguns dos principais atrativos para o turismo internacional, algo que o Brasil possui em abundância. Porém, a existência desses fatores não necessariamente resulta em uma vantagem competitiva para o país.

Para tanto, o aproveitamento das características únicas através de ações que incentivem a divulgação, facilitação do acesso através da melhoria da infraestrutura local, e o desenvolvimento de atividades que agreguem à experiência dos turistas são fundamentais. Além disso, a inserção do turismo em um sistema que monitore seus impactos macro e micro ambientais pode contribuir para a sustentabilidade do turismo brasileiro (VIEIRA e HOFFMANN, 2013, p. 413).

Abordagens em prol do desenvolvimento interno visando uma maior inserção brasileira no cenário dos destinos do turismo internacional, por meio de políticas públicas, são uma forma de demonstrar o poderio de soft power do país e sua dinâmica de equilíbrio entre interesses internos e externos, além de crescer economicamente, criando um ciclo de desenvolvimento. 

Nessa visão, o país se estabiliza como um “jogador” da camada intermediária do tabuleiro de xadrez tridimensional (camadas de distribuição de poder no Sistema Internacional) de Robert Keohane e Joseph Nye , onde um Estado que possui a capacidade e a habilidade de articular investimentos em setores essenciais para seu fortalecimento, se encaixa nessa camada (NYE e KEOHANE, 2001 apud MARTINELLI, 2016, p.65-80). 

Tendo isso em mente, aproveitar a riqueza natural do Brasil através do investimento e da promoção do ecoturismo pode ser extremamente benéfico para a economia brasileira. O investimento no turismo sustentável é visto como uma medida essencial para o desenvolvimento social assim como para a conservação da natureza (BRASIL, 2023).

Desse modo, pode-se perceber que o setor turístico brasileiro demonstra um enorme potencial que ainda não foi aproveitado. Para isso, a utilização da biodiversidade brasileira de forma responsável demonstra ser uma excelente oportunidade para o desenvolvimento do turismo no Brasil, uma vez que iria aliar a vasta riqueza natural brasileira à preservação ambiental e a melhoria do quadro socioeconômico.

REFERÊNCIAS: 

BRASIL. MINISTÉRIO DO TURISMO. Brasil recebe mais de 3,63 milhões de turistas internacionais em 2022. Brasília, DF. MINISTÉRIO DO TURISMO, 31 jan 2023. Disponível em: https://www.gov.br/turismo/pt-br/assuntos/noticias/brasil-recebe-mais-de-3-63-milhoes-de-turistas-estrangeiros-em-2022 Acesso em: 04 fev 2023.

BRASIL. MINISTÉRIO DO TURISMO. ONU coloca turismo no centro de políticas para proteção do meio ambiente e erradicação da pobreza. Brasília, DF. MINISTÉRIO DO TURISMO, 31 jan 2023. Disponível em: https://www.gov.br/turismo/pt-br/assuntos/noticias/onu-coloca-turismo-no-centro-de-politicas-para-protecao-do-meio-ambiente-e-erradicacao-da-pobreza Acesso em: 04 fev 2023.

MARTINELLI, Caio Barbosa. O Jogo Tridimensional: o Hard Power, o Soft Power e a Interdependência Complexa, segundo Joseph Nye. Conjuntura Global, vol. 5 n. 1, jan./abr., 2016, p. 65-80.

ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (OCDE). OECD Tourism Trends and Policies 2022. Paris. OCDE, 30 nov 2022. Disponível em: https://www.oecd-ilibrary.org/sites/698aaf87-en/index.html?itemId=/content/component/698aaf87-en#:~:text=In%202019%2C%20tourism%20directly%20accounted,fall%20to%204.5%25%20in%202020. Acesso em: 04 fev 2023.

VIEIRA, Daniel Pires; HOFFMANN, Valmir Emil. Competitividade e desenvolvimento: um estudo em destinos indutores do turismo brasileiro. Revista Alcance, v. 20, n. 3 (Jul-Set), p. 400-416, 2013. Disponível em: https://periodicos.univali.br/index.php/ra/article/view/4385  Acesso em: 04 fev 2023.