O futebol é considerado uma lenta evolução de diferentes jogos de bola que foram surgindo através dos séculos. A expansão do esporte ocorreu na Inglaterra no século XVIII, através de jovens estudantes das escolas públicas inglesas que acabaram contrariando as autoridades inglesas por conta da prática do jogo, que antes era um privilégio exclusivo dos camponeses e operários. Depois de muitas discussões, John D. Cartwright definiu as regras do futebol como conhecemos hoje e se espalhou para vários cantos do mundo.

No Brasil, o futebol chegou através de marinheiros ingleses e holandeses os quais chegaram no nordeste do país em 1878, mas foi a partir de Charles Miller que o futebol foi de fato introduzido em terras brasileiras.

Com a popularização do esporte, o futebol se institucionalizou a partir do surgimento da Federação Internacional de Futebol (FIFA) e se tornou um elemento relevante no processo de globalização da cultura, sendo utilizado como recurso de política externa e de fator positivo na governança global quando se trata de integração.

Com isso, o esporte, especialmente o futebol, entra no conceito de soft power defendido por Joseph Nye (2004), descrevendo que esse tipo de poder não se trata somente de influenciar e persuadir, mas também atrair. E através disso são usados como ferramentas persuasivas e facilitadoras nas interações do sistema internacional os meios de exploração da cultura, esporte, mídia e imagem. Outro termo importante utilizado pelo autor Nye nas Relações Internacionais é o de smart power, que emprega a diplomacia, persuasão, capacitação, influência e projeção de poder.

Por ser uma fonte relevante de soft power, o futebol auxilia nas trocas culturais (conhecimento, arte, linguagem) entre os mais diversos países, além de permitir mostrar a cultura e a imagem do país-sede ao mundo, aumentando seu prestígio internacional e legitimidade na comunidade internacional, como ocorre na Copa do Mundo FIFA. E, na atual conjuntura, a FIFA é uma das maiores organizações não-governamentais do mundo, contando com 210 países e/ou nações afiliadas, e considerada um agente ativo nas relações internacionais e um órgão de governança desportiva.

Consoante Pizarro (2017), podemos dizer que o futebol e o soft power estão interrelacionados em razão dos valores do esporte que são utilizados como símbolos no âmbito global, dando destaque aos órgãos de governança desportiva no prisma das relações internacionais, além de outros atores internacionais como os Estados, organizações internacionais ou organismos multinacionais, estabelecendo modelos e a aceitação dos demais atores, resultando em uma legitimidade e autoridade moral diante do sistema internacional.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, Felipe. COPA DO MUNDO DE FUTEBOL E A GEOPOLÍTICA: Como a Copa do Mundo da FIFA se insere na geopolítica e nas relações internacionais? BRASÍLIA-DF 2020-2021 FELIPE BARBOSA BRANDES. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/prefix/15676/1/Felipe%20Brandes%20RA%2021803562.pdf&gt;. Acesso em: 30 nov. 2022.

PIZARRO, Juliano. FIFA E O SOFT POWER DO FUTEBOL NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS. Recorde: Revista de História do Esporte, v. 10, n. 2, 2017.

VOSER, Rogério. Futebol: história, técnica e treino de goleiro. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010. Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=6LTDNXCGX4kC&oi=fnd&pg=PA11&dq=historia+do+futebol&ots=ZTmganjzD7&sig=dEUMIv9iyHDIt9NH_dvsPTd4N8E#v=onepage&q=historia%20do%20futebol&f=false