
Heloisa Cristina– acadêmica do 4° semestre de Relações Internacionais da Unama.
Comércio: troca econômica, compra e venda de bens, serviços ou valores, por uma moeda significativa. Desde o início do que chama-se, popularmente, de civilização humana, o comércio acontece, de acordo com o interesse dos indivíduos que o fazem. Com o passar dos séculos, foram se criando certos padrões de organização para essas trocas, que se expandiram e chegaram ao que hoje entende-se por Comércio Internacional, que envolve muito além do que apenas dois indivíduos realizando trocas.
Para compreender os fatores que podem levar a quebra de alguns padrões e o nascimento de novos, é preciso levar em consideração o austríaco Joseph Schumpeter e suas obras. Uma das principais pautas de Schumpeter é acerca dos Ciclos Econômicos; o autor constrói três diferentes divisões para eles, sendo elas: ciclos longos, médios e curtos. Além disso, ele delibera que, o que determina um novo ciclo são as inovações, que são fruto da competição de empresários e empreendedores dentro do Comércio e que aparecem de época em época, tais como a fabricação de novos bens — matéria-prima, produtos, entre outros —, abertura de novos mercados ou mesmo novos métodos de profissão. Todos esses elementos, acabam por gerar novas organizações econômicas, onde, inevitavelmente, o resultado se dá por novas competições, gerando a busca por inovações, construindo novamente um ciclo e assim, não deixando a economia estagnada. Pode-se entender as grandes Revoluções, Pós-Guerras e mesmo crises como processos onde houve quebras de padrões, geração de inovações e grandes mudanças. É de suma importância, também, destacar um resultado ainda maior desta constante superação de ciclos: a Destruição Criativa, onde as antigas produções, antigos setores, passam a dar lugar aos novos. Sem dúvidas, a Internet do século XXI é um exemplo explícito de Destruição Criativa, pois a cada dia, torna obsoleto diversos serviços e objetos, oferecendo fácil acesso a eles.
Tão importante quanto deliberar acerca da quebra dos padrões pela competitividade, é a discussão sobre o dinamismo advindo de toda essa competição. Michael Porter é o responsável, em seu livro Vantagem Competitiva, por analisar o que hoje é conhecido por “as 5 forças de Porter”, cinco elementos que, segundo o autor, movimentam o Comércio e os mercados. Inicialmente, as duas primeiras forças têm como base as ameaças entre concorrentes, deixando claro como sempre há o risco da disputa de mercados e quando há essa disputa, é essencial que o empresário saiba medir o nível de competitividade que está a sua frente, pois, como explica a terceira força: todo negócio está sob constante ameaça de substituição. Já as duas últimas refletem, a partir do poder de barganha, tanto da clientela, quanto dos fornecedores. Em contrapartida, Porter não pondera somente a respeito das ameaças em geral, mas também, sobre as estratégias para lidar com esses possíveis obstáculos. As três principais citadas são: Liderança de Custo, Diferenciação dentro do mercado e Foco. O que, vulgarmente colocando, todas elas têm em comum, é a busca por uma Economia de Escala, onde, de forma geral, o objetivo é conquistar a diminuição de gastos na produção e o aumento de lucros, oferecendo preços médios no mercado, adquirindo, assim, um alto volume de compradores, tudo isso, através de um longo processo de padronização de todos os setores.
Fica clara, assim, a extrema importância — e complementaridade — desses dois autores para adentrar e compreender, de uma melhor forma, o mundo do Comércio Internacional, com Schumpeter refletindo a respeito de como as fases e ciclos do Comércio podem se construir e Porter refletindo o que se pode esperar dessas fases, quais são as possíveis dinâmicas a serem analisadas ao observar as grandes empresas globais e grandes empresários, provando como há inúmeros fatores que influenciam e movimentam a Economia e o Comércio, dia após dia.
REFERÊNCIAS:
A TEORIA do Desenvolvimento Econômico. In: SCHUMPETER, Joseph. A Teoria do Desenvolvimento Econômico. [S. l.: s. n.], 1911.
CHIRLEYSM. [S. l.], 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/user/chirleysm . Acesso em: 16 out. 2022.
EQUIPE MAIS RETORNO. Economia de Escala. MAIS RETORNO, [s. l.], 2019. Disponível em: https://maisretorno.com/portal/termos/e/economia-de-escala
EQUIPE MAIS RETORNO. Destruição Criativa. MAIS RETORNO, [s. l.], 2019. Disponível em: https://maisretorno.com/portal/termos/d/destruicao-criativa
VANTAGEM Competitiva. In: PORTER, Michael. Vantagem Competitiva. [S. l.: s. n.], 1989.