
Brenna da Silva Dias
Acadêmica do 4º semestre de Relações Internacionais da UNAMA
Dono de um vasto currículo em produções norte-americanas e ganhador de vários prêmios, entre eles o OSCAR, Denzel Washington é um dos principais atores da atualidade e se destaca não apenas em filmes, mas também no ativismo, principalmente em pautas raciais.
Filho de um pastor protestante e uma esteticista, Denzel nasceu em 28 de dezembro de 1954 na cidade de Mount Vernon, Nova Iorque. Ingressou na Fordham University e cursou jornalismo, e depois de formado cursou 1 ano no American Conservatory Theater em São Francisco, até começar a trabalhar como ator.
Washington iniciou sua carreira no teatro e em 1982 embarcou no que seria seu papel de grande papel de estreia, o Dr. Philip Chandler na série médica de TV St. Elsewhere (1982-1987). Desde então o ator dedicou-se em papeis que demonstrasse homens negros em posições de poder, quebrando o estereótipo preconceituoso que existia em hollywood ao redor de atores negros em papeis.
Em 1987, o ator viveu Steve Biko no filme Cry Freedom (Um Grito de Liberdade), ativista anti-apartheid da África do Sul na década de 1960 e 1970 e fundador do movimento da Consciência Negra. Denzel também representou o líder revolucionário Malcom X em 1992. Para viver o ativista Washington evitou comer carne de porco e fez aulas da Fruit of Islam, a ala de segurança e disciplina da Nação do Islã.
Denzel recebeu nove indicações com ambos papéis, mas foi apenas com a produção Glory (Tempos de Glória) que ator levou a estatueta para casa. No filme o ator viveu Trip, soldado em um batalhão inteiramente negro durante a guerra civil americana.
Dezel voltou a subir no palco do Oscar em 2001, para receber a sua segunda estatueta pelo filme “Raining Day” (Dia de Treinamento), que viveu um agente corrupto no departamento de narcóticos. Em seu discurso de agradecimento, ele dedicou seu prêmio a Sidney Poitier, o primeiro ator negro a receber um Oscar, de Melhor Ator Coadjuvante, em 1963. Denzel Washington foi o segundo ator negro a receber o prêmio.
O ator relatou ao repórter Allison Samuels, da Newweek, em seu livro, Off the Record, que não beija mulheres brancas em seus filmes, por respeito à mulher negra, por desaprovar a forma como atrizes negras são tratadas por Hollywood, como objetos, sem direito a afeto. Beijos inter-raciais só se o roteiro justificar como em Malcom X, de 1992.
As lutas raciais no cenário hollywoodiano levantadas por Denzel Washington se relacionam com a teoria decolonial das Relações Internacionais. O pensamento decolonial partir da noção de que não é possível desfazer ou reverter a estrutura de poder colonial, mas é necessário buscar meios para desafiá-la continuamente e romper com esta estrutura. É possível perceber está premissa em obras e na vida de Denzel visto que o racismo ainda é uma pauta extremamente atual no cinema e principalmente em obras norte americanas, visto que muitos atores negros ainda sofrem boicotes em premiações.
No auge dos seus 66 anos, Denzel coleciona cerca de 53 filmes em seu currículo e segundo a lista do jornal The New York Times elegeu os 25 melhores atores do século XXI e Denzel destacou-se em 1º lugar. O ator atualmente se dedica também a sua carreira de diretor, tendo assinado a direção do episódio The Sound of Silence, o nono da 12ª temporada de série Grey’s Anatomy, de 2015.
REFERENCIAS:
BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, nº 11. Brasília, 201
DENZEL Washington, tudo o que você quer saber. [S. l.]. Disponível em: https://primeirosnegros.com/denzel-washington-tudo-o-que-voce-quer-saber/. Acesso em: 5 out. 2022.
DENZEL Washington. [S. l.]. Disponível em: https://www.ebiografia.com/denzel_washington/. Acesso em: 5 out. 2022.
CONFRONTAR o Racismo nas Relações Internacionais. [S. l.], 5 out. 2022. Disponível em: https://orbisirsa.pt/confrontar-o-racismo-nas-relacoes-internacionais/. Acesso em: 5 out. 2022.