Mayara Helena Rodrigues – 6°

Rayana Yukari Fachinetti Inomato – 6°

O mundo se desenvolve constantemente e, em paralelo a essas mudanças, novas formas de perigo e inseguridade se constituem. A era contemporânea trouxe grandes inovações, principalmente em âmbito social, científico e tecnológico, dinamizando os fluxos informacionais e econômicos mundiais. Entretanto, aliada a essas inovações, a quebra de segurança online como crimes relacionados a criptomoedas, invasão de cidades inteligentes e roubo de dados, é amplamente estabelecida e contribui fortemente para o medo em questão de insegurança e interdependência sistemática e tecnológica. Nesse sentido, verifica-se que essa instabilidade interfere diretamente em âmbitos econômicos, majoritariamente prejudicando relações entre países ao descredibilizá-los ou ao interferirem em redes de capitais (especulativo ou real).

Nesse viés, pode-se afirmar que a quebra da segurança se dá em todos os níveis, partindo do consumidor menor, passando por empresas, até a um Estado. Exemplo disso, são as sanções impostas pelos EUA ao Irã no dia 7 de setembro de 2022, devido a acusações de vínculo iraniano a ataques cibernéticos, especialmente contra a Albânia, membro da OTAN (ISTO É, 2022). Outrossim, crimes de ataques a redes de blockchain ou vazamentos de dados pessoais que desencadeiam em dívidas exorbitantes e prejuízos individuais e coletivos são exemplificações dessa temática.

Visto isto, quando se trata de uma realidade intrinsicamente vinculada à tecnologia é certo dizer que esta vivência não pode ser associada a apenas uma perspectiva e sim a uma realidade multidimensional que está presente em várias formas no cotidiano da sociedade, uma cibercultura. E apesar no enfoque das redes e tecnologias estarem voltadas atualmente – e amplamente conhecida – para fins de entretenimento e consumo, sabe-se que vai muito além disso. Há camadas muito mais especificas e abrangentes dentro da internet, como a dark web, onde os cibercriminosos compram e vendem malware, kits de exploração e serviços de ataque cibernético, que eles usam para atacar as vítimas – incluindo empresas, governos, serviços públicos e provedores de serviços essenciais (Brasiline, 2022).

Esses perigos cibernéticos são um resultado inevitável da era tecnológica em que vivemos; e como disse o filósofo Zygmunt Bauman, esta é uma realidade líquida, em que nada é concreto e garantido, está constante mudança e mesmo que as consequências sejam graves “tendemos a considerar que a atitude mais racional é a de não se comprometer com o que seja” (Toda Matéria, 2022). Neste sentido, a segurança no âmbito tecnológico é algo relativo e instável, uma segurança líquida.

Este espaço virtual é um lugar em que o poder não se prende em um só ator, é disperso mundialmente e descontrolado; que dificultam o controle, monitoramento e limites de ações antiéticas e criminais. Um ataque cibernético é considerado bem mais perigoso que armas nucleares por ser algo de impacto global e não aparente, e “um ataque cibernético pode potencialmente desativar a economia de uma cidade, estado ou todo o nosso país.” (Brasiline, 2022).

Apesar dos impactos não serem visíveis, seus impactos tem altos custos nas redes de capitais e influencia diretamente no fluxo mercadológico e também em empresas e instituições. Seus custos incluem reparo de danos e destruição de dados, dinheiro roubado, perda de produtividade, roubo de propriedade intelectual, roubo de dados pessoais e financeiros, desfalque, fraude, interrupção pós-ataque no curso normal dos negócios, investigação forense, restauração e exclusão de dados hackeados e danos à reputação (Brasiline, 2022). São milhões de dólares sendo gastos mensalmente, e com o crescimento do cibercrime ano após ano isso força um posicionamento de empresas e organizações; só nos últimos 18 meses, 60% de todas as organizações de médio porte foram alvos de ataques de ransomware, e quase um quarto dessas empresas acabou gastando uma média de 250.000 USD para se recuperar totalmente. (Brasiline, 2022)

E especialistas ainda contam que o cibercrime – que infligiu danos totalizando 6 trilhões de dólares globalmente em 2021 – seria a terceira maior economia do mundo depois dos EUA e da China (Brasiline, 2022). Com isto, fica claro os danos que esse tipo de crime impõe na economia mundial.

Nesse sentido, é evidenciado as influências que o cibercrime tem na economia mundial, tomando grandes proporções e danos e influindo nas dinâmicas e fluxos comerciais. Portanto “cabe aos governos proteger os cidadãos dos perigos da revolução tecnológica, dos choques econômicos e políticos e das ameaças existenciais ao homem. Para isso, deve haver uma cooperação global” (UOL, 2019). Além disso, a precariedade na regulamentação internacional comum e eficaz sobre os usos diretos e indiretos de novas formas de tecnologia, desencadeia na insegurança tecnológica e virtual, trazendo instabilidade em todos os âmbitos relacionados.

REFERÊNCIAS:

BRASILINE TECNOLOGIA. O cibercrime como império seria a terceira maior economia do mundo. Disponível em: https://brasiline.com.br/blog/o-cibercrime-como-imperio-seria-a-terceira-maior-economia-do-mundo/#:~:text=O%20cibercrime%20como%20império%20seria%20a%20terceira%20maior%20economia%20do%20mundo&text=Se%20fosse%20medido%20como%20um,dos%20EUA%20e%20da%20China. Acesso em: 18 set 22.

ISTO É. EUA impõem sanções ao Irã por atividades cibernéticas e ataque cibernético à Albânia. Disponível em: https://www.istoedinheiro.com.br/eua-impoem-sancoes-ao/. Acesso em: 17 set 2022.

TILT UOL. Para filósofo, tecnologia do século 21 testará relevância dos seres humanos. Disponível em: https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2019/11/11/para-filosofo-a-uniao-de-biologia-e-dados-esta-hackeando-seres-humanos.htm. Acesso em: 18 set 2022.