Mayara Helena Rodrigues de Lima – 6° semestre

Rayana Yukari Fachinetti Inomato – 6° semestre

A Argentina, segunda maior economia da américa latina, vivencia uma grave crise inflacionária sem previsão de estabilização. Essa crise é consequência de tentativas improficientes de estabilização de adversidades anteriores, com uma sequência de fortes oscilações no PIB (Produto Interno Bruto) e no índice inflacionário do país, tendo seu início por volta de 1976, e demonstrando picos de desequilíbrio em meados de 2001 e meante 2012, estagnando-se assim em um ciclo de apuros econômicos (CNN, 2022).

A economia argentina é reconhecida por sua instabilidade, tendo picos de crescimento e recessões. O atual desequilíbrio teve seu ponto de partida no final de 2017, no governo de Mauricio Macri, onde se defendeu uma política econômica voltada para o mercado “que daria estabilidade ao país e pavimentaria o caminho para reverter um século de desempenho frustrante” (BBC, 2018), o que claramente não se tornou verídico.

Além de uma insegurança econômica, se aflora uma crise política no país, com tenções políticas entre o presidente, Alberto Fernández, e sua vice, Cristina Kirchner, visto que ambos têm ideias opostas sobre o posicionamento da Argentina no mercado e na economia, assim dividindo opiniões e apoio na população argentina (EXAME, 2022).

No que abrange a economia, segundo Friedman (1969) a inflação ocorre quando a quantidade de moeda aumenta muito rapidamente – acima da velocidade de produção; e quanto maior é quantidade de moeda relativa ao aumento de uma unidade de produção maior será a inflação. À vista disso, a moeda argentina não para de se desvalorizar, o que consequentemente inflaciona o mercado e diminui o crescimento do PIB do país. É evidente que o crescimento do PIB afeta diretamente na implementação de um desenvolvimento econômico de uma nação, e se faz necessária uma estabilização – ou boa relação – no mercado exterior.

Como evidenciado, a situação da Argentina no setor externo não está favorável, com os níveis inflacionários e os déficits fiscais atingindo seu ápice, resultando em um novo empréstimo com o FMI, impressão em massa de pesos, perda de confiança de investidores internacionais e trocas de ministros da economia. No entanto, apesar das sobrecargas no governo, a população está confiante que isso irá se reverter com a mudança da presidência e seus apoiadores.

Nesse sentido, é visto que mudanças estruturais são esperadas, a fim de uma quebra dessa crise cíclica e uma melhoria em todos os setores de desenvolvimento argentino, buscando um crescimento econômico, o qual:

“Define-se (…) pela existência de crescimento econômico contínuo, em ritmo superior ao crescimento demográfico, envolvendo mudanças de estruturas e melhoria de indicadores econômicos e sociais. Compreende um fenômeno de longo prazo, implicando o fortalecimento da economia nacional, a ampliação da economia de mercado e a elevação geral da produtividade” (SOUZA, 1997, p.22)

Destarte, o quadro macroeconômico e político da Argentina é agravante, principalmente em sua situação inflacionária e seu déficit em crescimento econômico. É difícil dialogar sobre as possibilidades de desenvolvimento argentino mediante as tentativas frustradas de manejo das instabilidades, mas a esperança segue firme perante os cidadãos.

REFERÊNCIAS:

BBC NEWS. A crise econômica argentina em 6 gráficos. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-45470709. Acesso em: 4 set 2022

CNN BRASIL. Brasil foi responsável por mais de 50% do PIB da América do Sul em 2021. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/business/brasil-foi-responsavel-por-mais-de-50-do-pib-da-america-do-sul-em-2021/. Acesso em: 2 set 2022

EXAME. Inflação chega a 55,1% na Argentina e quase metade da população passa fome. Disponível em: https://exame.com/mundo/inflacao-argentina-populacao-fome/.

FRIEDMAN, Milton. The role os monetary policy. América Economic rewiew, Nashville, V. 58, n° 1, 1969.

JASKULSKI, Anderson. A estabilização econômica do plano real e o desenvolvimento econômico do período. UFRG, Porto Alegre, 2010.

SOUZA, Nail de J. de. Desenvolvimento econômico. 5 ed.. São Paulo,: Atlas, 2009.