Larissa Schoemberger – Internacionalista

A insegurança alimentar é um problema sofrido intensamente em diversos países em desenvolvimento e o Brasil não é uma exceção a essa regra. Em 2014, saiu um relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) indicando que, nos períodos de 2002 à 2013, a população considerada em situação sub-alimentar no Brasil caiu em 82% saindo, dessa forma, do mapa mundial da fome naquele período. Essa redução era um dos Objetivos do Milênio da Organização das Nações Unidas (ONU) e por isso a FAO indicou o Brasil a ser um exemplo a ser seguido pelos outros países nesse tema (BRASIL, 2014, online).

De acordo com a FAO, alguns fatores importantes que contribuíram para essa redução foi o aumento da renda brasileira dos 20% mais pobres da população, tendo um crescimento três vezes mais do que os 20% mais ricos no Brasil, levando a um crescimento real de 71,5% do salário mínimo, e a geração de 21 milhões de empregos (id).

Com a troca de governo junto às mudanças das políticas públicas e econômicas em 2018, e a pandemia do Covid-19 em 2020, houve uma mudança drástica na economia do país com a inflação e, por conseguinte, desemprego em massa. Em 2021, a ONU lança outro relatório da colocando o Brasil novamente no mapa da fome (CNN, 2022, online).

O economista Nilson de Paula em entrevista à Agência Pública explica que “O cenário é complicado porque a cada dia a gente vai tendo notícias não muito animadoras. Nada indica que o quadro que veio à tona no ano passado, em 2021, relacionado à fome, vá melhorar”. De acordo com ele, isso acontece por conta da inflação e o desemprego que o Brasil está passando (BARROS, 2022, online).

Para Gonçalves e Guimarães (2010), a economia e a política são áreas parceiras e para que a economia de um país funcione, ela tem que estar de mãos dadas com a política, principalmente a política adotada no governo de um respectivo país.

Dentro dos conceitos básicos da economia pode-se citar, para melhor entendimento da atuação das esferas econômicas e de sua relação com a política dentro de um país, a Macroeconomia. Ela trata do funcionamento do sistema econômico de um país, composto pelo PIB, consumo agregado, nível de investimento e balança comercial (GONÇALVES; GUIMARÃES, 2010). Nesse sentido, a macroeconomia também é responsável por avaliar a política econômica adotada em determinado governo dentro de um país em grande escala. 

 Para mais, é na macroeconomia que há o debate sobre como, a partir de políticas econômicas adotadas pelos Estados, podemos ter o crescimento econômico de um país. Além disso, está intrinsecamente ligada à moeda, aos investimentos que o governo faz e recebe, às dívidas que o governo acumula, ao desemprego, à balança comercial, à taxa de câmbio e à inflação. 

REFERÊNCIAS

BARROS, Ciro. Inflação e desemprego devem agravar fome no Brasil em 2022, diz economista. Agência Pública. 31 jan. 2022. Disponível em:  https://apublica.org/2022/01/2022-inflacao-e-desemprego-devem-agravar-fome-no-brasil-diz-economista/#Link1. Acesso em: 19 jun. 2022.

BRASIL. Relatório indica que Brasil saiu do Mapa Mundial da Fome em 2014. Gov.br. 16 set. 2014. Disponível em: https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/noticias/2014/setembro/relatorio-indica-que-brasil-saiu-do-mapa-mundial-da-fome-em-2014. Acesso em: 19 jun. 2022.

CNN. Relatório da ONU mostra que o Brasil voltou para o Mapa da Fome em 2021. CNN. 12 jun. 2022. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/relatorio-da-onu-mostra-que-brasil-voltou-para-o-mapa-da-fome-em-2021/. Acesso em: 19 jun. 2022.

GONÇALVES, Carlos Eduardo do Nascimento; GUIMARÃES, Bernardo.  Introdução à economia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.