Ana Gabriela de Souza e Silva

3º semestre de Relações Internacionais

Durante anos, a Suécia manteve sua posição de neutralidade em momentos de conflitos e guerras, preferindo envolver-se em missões de paz. Porém, com as tensões e a guerra entre Rússia e Ucrânia, seus governantes acreditam ser melhor escolher um lado, já que o conflito tem atingido não só os países envolvidos, mas também, a Europa (mais fortemente) e o resto do mundo. 

Em 22 de fevereiro de 2022, a Rússia invadiu a Ucrânia, com o intuito de atacar antes de ser atacada. A proximidade, o alinhamento com o Ocidente e a vontade, por parte do governo ucraniano, de fazer parte da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), levou a Rússia a acreditar que esse posicionamento seria uma “ameaça às suas fronteiras e aos seus princípios de política externa” (ALMEIDA, 2022).

A OTAN é uma aliança militar entre os países ocidentais, mais precisamente, do atlântico norte, criada na época da Guerra Fria. Conta com 30 países membros, e atualmente todos “assinaram o pacto de defesa mútua estipulado pelo Artigo 5º” da Organização (VAZQUEZ, 2022). Esse artigo determina que, quando um país membro da Organização está sofrendo algum ataque, os outros países membros devem ir em seu socorro. A Suécia, em 16 de maio deste ano, formalizou seu pedido de adesão à Organização, entretanto, sua entrada, bem como da Finlândia, poderá ser atrasada, por causa da Turquia que é contra a adesão dos dois países. 

O governo turco alega que, tanto Suécia quanto Finlândia, abrigam terroristas, e tem sido um empecilho para a entrada dos dois países. Mesmo com o apoio dos Estados Unidos e do secretário geral da OTAN, ainda é necessário que todos os membros da Aliança aceitem a adesão. Segundo a Ministra de Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde,  com a união, a Organização aumentaria a segurança nacional e traria estabilidade para a região nórdica e balcânica (DEFESANET, 2022).

Todavia, se pensarmos como um todo, se houver movimentação diferente nessa região, será um motivo de desconfiança e tensão. A Rússia faz fronteira com a Finlândia, e a Suécia fica logo atrás, a Rússia, desse modo, perderia duas “barreiras” naturais até seu território. O presidente russo afirmou que não tem nada contra a Suécia, porém, se a OTAN começar a encher o país de armamentos, ele não terá problema nenhum em reagir fortemente. Se isso acontecer, poderá dar início a mais invasões, de proporções maiores e a situações realmente complicadas envolvendo um número maior de países. 

A Suécia era neutra, e durante muitos anos permaneceu assim. Ao longo de sua história, foi império, passou por guerras e conflitos, vencendo e perdendo. Em sua última derrota perdeu quase tudo. Quando tornou-se república, optou pela neutralidade o máximo que pode, contudo, este ano quebrou essa tradição e tomou uma decisão, escolhendo o ocidente (OTAN). Espera-se que tenha sido para melhor.

Referências:

DEFESANET. Suécia apresenta beneficios a OTAN à medida que prosposta de adesão se aproxima. Disponível em: <https://www.defesanet.com.br/otan/noticia/44524/Suecia-apresenta-beneficios-da-OTAN-a-medida-que-proposta-de-adesao-se-aproxima/> Acessado em: 26/06/22

ALMEIDA, Mário Tito. O complexo xadrez do conflito entre Rússia e Ucrânia. Disponível em <https://internacionaldaamazonia.com/2022/03/16/o-complexo-xadrez-do-conflito-entre-russia-e-ucrania/> Acessado em: 26/06/22.

VAZQUEZ, Rafael. O que é a Otan e quais são os países que fazem parte da Organização. Disponível em: <https://valor.globo.com/mundo/noticia/2022/02/25/o-que-e-a-otan-e-quais-sao-os-paises-que-fazem-parte-da-organizacao.ghtml> Acessado em: 26/06/22