
Mário Tito Almeida – coordenador do curso de Relações Internacionais da Unama
Yasmin Garcia – acadêmica do 5° semestre de Relações Internacionais da Unama
Um dos aspectos mais interessantes da humanidade é, sem dúvida, a multiplicidade de idiomas no mundo. Segundo o site Hypeness (2021) existem no planeta mais de 7 mil línguas no mundo, sendo o mandarim a mais usufruída.
De acordo com Mattoso (1995), a língua é uma parte da cultura, sendo sua função expressá-la para permitir a comunicação social; assim, a mesma se torna “uma parte que se destaca do todo e com ele se conjuga dicotnicamente”. Análogo a isso, percebe-se um aumento de demandas para a aprendizagem de novos idiomas na conjuntura contemporânea.
A exemplo disso, em 2013, 91% dos executivos entrevistados pela Business English Index afirmaram que o inglês é o principal idioma utilizado nas negociações (BRITISH COUNCIL, 2014). Em contrapartida, apenas 3% da população brasileira é proficiente em inglês, sendo que 50% das vagas em empresas exigem o domínio da língua (OLIBERAL, 2022)
A língua inglesa se fez cada vez mais necessária, sobretudo após as mudanças tecnológicas, demográficas e econômicas que ocorreram com o advento da globalização, no final do século XX. Além disso, dominá-la significaria estar muito mais informado dos rápidos avanços que acontecem em várias áreas de conhecimento, desde a linguística até a economia. O inglês é a língua da diplomacia, do turismo, do comércio e das negociações internacionais, sendo o idioma que mais é ensinado como segunda língua ao redor do mundo. (NARVAÉZ, 2014)
Sob esse viés, todos os fatos supramencionados podem ser facilmente relacionados à Teoria Construtivista. A vertente enfatiza o papel dos discursos, categorizando a linguagem como produtora de significados, haja vista que seus sistemas – como a fala, a língua e os signos – contribuem para expressar ideias e a fazer construções sociais.
Ademais, a mesma possui grande relevância, já que, ao mesmo tempo que ela pode ser social e pública – através da língua, que é internalizada por uma coletividade de falantes -, ela pode ser também privada e psicológica – por meio da fala, quando o indivíduo expressa suas opiniões e desejos. (SAUSSURE, 1983. In: RESENDE, 2010)
Portanto, infere-se que a hodierna demanda por aprendizagem de dialetos estrangeiros, principalmente para fins de inserção no mercado de trabalho, ou especialização para o meio internacional, se atrela às teses explanadas, já que a linguagem, assim como afirma Saussure (1983), transforma-se em um agente de produção de conhecimentos.
REFERÊNCIAS
[S.I.] Demandas de Aprendizagem de Inglês no Brasil. British Council: São Paulo, 2014. Disponível em <https://www.britishcouncil.org.br/sites/default/files/demandas_de_aprendizagempesquisacompleta.pdf>
[S.I.] Infográfico das línguas do mundo: as 7.102 línguas e suas proporções de uso. Redação Hypeness: 202. Disponível em <https://www.hypeness.com.br/2021/12/infografico-das-linguas-do-mundo-as-7-102-linguas-e-suas-proporcoes-de-uso/>
CÂMARA JR, J. Mattoso. LINGUA E CULTURA. Revista Letras: 1995.
NARVÁEZ, Carolina Quezada. LA POPULARIDAD DEL INGLÉS EN EL SIGLO XXI. Universidad Autónoma de San Luis Potosí: 2011.
RESENDE, Erica S. A. A CRÍTICA PÓS-MODERNA /PÓS-ESTRUTURALISTA NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS. Editora UFRR: Boa Vista, 2010. VAZ, Elisa. Fluência em outros idiomas passou a ser necessidade no ambiente corporativo. OLIBERAL: 2022. Disponível em <https://www.oliberal.com/economia/fluencia-em-outros-idiomas-passou-a-ser-necessidade-no-ambiente-corporativo-1.543564 >