
Mayara Helena (acadêmica do 5° semestre de RI da UNAMA)
Rayana Fachinetti (acadêmica do 5° semestre de RI da UNAMA)
O ano de 2022 está sendo sobrecarregado de problemáticas que impactam o mundo todo, e o caso do Porto de Xangai não é diferente. Por conta da COVID-19, as autoridades da China instauraram um lockdown no porto como um meio de evitar a propagação do vírus no país. Esta paralização influenciou negativamente na economia global e, ainda influenciou na confiança dos demais países e empresas na China por este ser um dos terminais portuários mais ativos do mundo no meio de exportações. A restauração e renovação dos impactos das ações aplicadas pelas autoridades chinesas, é uma das maiores preocupações no momento.
Adam Smith, em sua obra “A Riqueza das Nações” de 1776, diz que se o Mercado não possuir intervenção do Estado e exercer o papel regulador das “decisões econômicas” – mão invisível – de uma nação, baseado na livre concorrência e na livre iniciativa (laissez-faire), resultaria em um exponencial crescimento econômico. E o Estado chinês, ao implementar políticas públicas de saúde e segurança, gerou uma desregulação econômica, mas sem interferir diretamente na economia. Essa não interferência, baseada nos princípios de laissez-faire, proporciona a regulação econômica por meio da mão invisível, que mesmo eficaz, se faz lenta o que resulta na extensão da problemática e em prejuízos tardios.
Em controvérsia, baseado no princípio da demanda efetiva de Maynard Keynes, apresentados na obra “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda” de 1936, pode-se afirmar que a desregulação gerada pelo Estado chinês é uma forma de recessão econômica e que em neste período não há a forças de auto-ajustamento que levem a uma regulação imediata, ou seja, no Estado intervir a fim de reaquecer a economia, incentivando investimentos e equilibrando a empregabilidade – já que o desemprego foi uma das causas da paralisação do porto e do baque econômico mundial – o que seriam vias importantes a serem implementadas.
É fato dizer então que, o Estado chinês não formulou mecanismos eficazes que visavam este tipo de problemática e não puderam intervir do modo certo. E como consequência da paralização, a economia foi duramente impactada sem nenhum mecanismo de minimização. E por conta das guerras no leste europeu, como a guerra ocorrendo na Ucrânia que impactou ainda mais no preço do petróleo – que devem aumentar ainda mais com essa situação – e entre outros fatores, as empresas do setor comercial internacional começaram a se preocupar e a repensar em uma nova organização econômica mundial como uma forma de diminuírem os impactos.
Com a confiança na China sendo questionada e ocorrendo congestionamento de produtos, a nova formulação de diretrizes econômicas e comerciais serão voltadas a incentivar ainda mais os países a fortalecer suas capacidades operacionais aumentando os estoques de segurança nos terminais para o inevitável crescimento de demanda que está por vir.
Portanto, no que tudo indica, os impactos do Porto de Xangai irão perdurar por um longo período e será conturbado, ainda mais com as incertezas atuais quanto as questões sociais, políticas e de saúde ocorrendo no mundo todo.
REFERÊNCIAS:
GARCIA, Amanda; CAMPOS, Bel. Normalização no porto de Xangai deve demorar até 6 meses, avalia economista. CNN Brasil: Business, 01 de junho de 2022. Disponível em: < https://www.cnnbrasil.com.br/business/normalizacao-do-porto-de-xangai-deve-demorar-ate-6-meses-avalia-economista/ >
KEYNES, M. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. 1936.
SMITH, A. A Riqueza das Nações. 1776.