Paulo Victor Azevedo – Acadêmico do 7° semestre Relações Internacionais da Unama

O atual sistema internacional mostra não apenas os Estados como atores principais, mas diversos outros atores, entre eles, a atuação de empresas transnacionais mostrando sua força nesse grande palco. O teórico Joseph Nye reforça a ideia de outros atores nessa grande disputa de poderes, onde o chamado ‘‘soft power’’ explora a ratifica a ideia de cooperação. Dentro dessa análise, o comércio internacional conta com os grandes acordos econômicos com o objetivo de fomentar e fortalecer uma área que está em constante atividade, até mesmo durante a pandemia, que é o Comércio Exterior.

Entender as perspectivas do Comércio Exterior atual, é  ter conhecimento do cenário econômico global e como ele tem se comportado.  Dentro das variáveis macroeconômicas, os desafios para a retomada da economia no cenário pós pandêmico são analisar os impactos causados pelo COVID-19, e as medidas tomadas para reverter esse viés. Os governos injetaram recursos econômicos na economia e buscaram dar liquidez às empresas para movimentar o cenário econômico. O comércio e indústria paraense obtiveram crescimento com o agronegócio, mineração, siderurgia e comércio varejista. Esse crescimento contribuiu para a sustentação da economia local e também auxiliou a recuperação da economia brasileira.

No que tange a atração de investimentos internacionais, diversos setores privados já fazem levantamentos de estudos sobre possíveis investidores interessados em comprar produtos, principalmente brasileiros. A  Agência de Exportação e Atração de Investimentos (Apex Brasil) vinculada ao Ministério das Relações Exteriores, que atua na promoção de exportação, atração de investimentos internacionais e internacionalização de empresas brasileiras, busca com o seu conjunto de atividades a serem realizadas, quais produtos se direcionam melhor para cada estado. Uma atividade de grande destaque para os empresários é o Brasil Investment Forum, que foi criado em 2017 e realizado anualmente, sendo  o maior fórum de investimentos da América Latina, e tem o objetivo de dar a oportunidade aos estados brasileiros e seus empresários, de ter maior contato com investidores internacionais, onde são apresentados os produtos de grande destaque e interesse no mercado externo, bem como a oportunidade de desenvolver um posicionamento de imagem por parte dos estados brasileiros dentro do evento. Esses eventos promovem grandes oportunidades de networking com instituições, autoridades, agências reguladoras e ministérios, antes, durante, e após os eventos. Nesses tipos de evento, os participantes contam com painéis de negócios, plataformas, e debates com especialistas para que todo o suporte seja dado com a finalidade de maior fechamento de negócios, e também para mostrar a força de cada estado com seus respectivos produtos. 

Com isso, resume-se que os quatro primeiros meses de 2022 foram muito importantes para o Comércio exterior, principalmente voltado ao Brasil, com grandes destaques nas importações e exportações, segundo dados da balança comercial. Ao comparar o cenário atual com o mesmo período em 2021, nota-se um avanço econômico com a reabertura dos mercados. A soma das exportações e importações alcançaram um valor FOB de aproximadamente U$183 bilhões. Desse valor total, quase U$102 bilhões foram em exportações, e aproximadamente U$82 bilhões em importações, segundo dados do Comex Stat/ME – 12/05/2022. O modelo Heckscher Ohlin enfatiza que cada país exporta o produto de maior abundância em seu fator de produção, e isso movimenta o comércio global à medida que esses mesmos países também importam insumos que não conseguem produzir. Nessa busca pelo equilíbrio das exportações e importações, o Brasil apresentou números significativos.

O Brasil tem buscado diversas formas de tornar-se cada vez mais competitivo no cenário global, e os resultados têm sido positivos quando analisamos a balança comercial, mostrando grandes forças econômicas constituídas por empresas no cenário global, que ratifica a teoria de Joseph Nye acerca do poder de outros atores além do Estado, onde o poder pelo convencimento não bélico é a melhor alternativa para negociação. Embora tenha um grande destaque no Comércio Exterior, o Brasil ainda é conhecido apenas como um país que vende produtos primários, sem capacidade de conseguir elaborá-los, exemplos disso são os minérios que são vendidos em sua forma bruta e elaborados em outros países, o mesmo também acontece com o nosso petróleo. Isso se dá por conta da falta de incentivo à ciência que não estimula o avanço tecnológico necessário para que esses tipos de produtos possam ser obtidos e elaborados dentro do território nacional, sem depender da tecnologia externa.  

BRAZIL INVESTMENT FORUM. Disponível em: <https://www.brasilinvestmentforum.com&gt;. 

COMEX STAT. Comex Stat/ME – 12/05/2022. Disponível em: <http://comexstat.mdic.gov.br/pt/home&gt;. 

IMD INTERNACIONAL. Dominando os Mercados Globais. São Paulo: Makron Books, 20010

CENTRO INTERNACIONAL DE NEGÓCIOS.  Fiepa, s.d.Disponível em: https://www.fiepa.org.br/centro-internacional-de-negocios

KEOHANE, R. O.; NYE, J.. S. Power and interdependence. Nova York: Harper Collins, 2001 

GIRI, Rahul. The Heckscher-Ohlin Model. Cidade do México: Centro de Investigacion Economica, Instituto Tecnologico Autonomo de México. (n.d).