Eva da Costa de Oliveira

3 semestre de Relações Internacionais

Para compreender a Guerra Civil no Líbano é essencial ressaltar que a criação do estado de Israel ocorreu em 1948 e milhares de judeus regressaram para o território, do qual haviam sido expulsos durante o império romano. Porém, enquanto o povo judeu retornava ao local, a região já se encontrava habitada pelos palestinos, em sua grande maioria. Consequentemente, surgiram conflitos, resultando na expulsão dos habitantes palestinos e, com isso, mais de 10 mil refugiados seguiram para o Líbano. Ao chegarem no país, os exilados da Palestina receberam apoio dos muçulmanos nacionalistas, porém, foram arduamente hostilizados pelos cristãos maronitas, dando início à guerra civil.

No ano de 1970, com a criação de acampamentos palestinos no sul do Líbano, houve um aumento das desavenças entre os cristãos, que se posicionaram contra a presença de palestinos no território libanês, apoiando a causa de Israel no Oriente Médio, enquanto os muçulmanos se manifestaram contrários, pois apoiavam a presença de palestinos no país. Dessa forma, devido aos atritos entre os dois grupos, a guerra civil foi desencadeada em 1975, com combates violentos e resultando no enfraquecimento da economia do país. 

Em 1982, durante a guerra civil entre os cristãos e muçulmanos, Israel invade o Líbano, expulsando a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) do território libanês, e os israelenses conseguem ocupar a capital libanesa (Beirute). As milícias cristãs libanesas, aliadas aos israelenses, realizaram diversos massacres de refugiados palestinos nos acampamentos de Sabra e Chatila. No ano de 1985, as tropas israelenses recuaram para o sul do Líbano, onde há uma “zona de segurança’’ com alguns quilômetros de largura. Com o objetivo de combater a ocupação dos israelenses, forma-se o Hezbollah (Partido de Deus), uma organização xiita libanesa que era apoiada pelo governo islâmico fundamentalista do Irã. 

Já em 1989, no Líbano, apesar dos poderes do presidente cristão passarem a ser divididos com os do primeiro-ministro muçulmano sunita, e as cadeiras do poder Legislativo serem divididas igualmente entre os cristãos e os muçulmanos, as adversidades não foram de fato resolvidas, pois as atividades do Hezbollah no sul do Líbano não tiveram fim. Portanto, a guerra civil do Líbano só chegou ao fim em outubro de 1990. Posteriormente, no período de maio de 2000, o sul do Líbano foi devolvido por Israel, pois houve uma pressão da opinião pública Israelense. As tensões entre o grupo Hezbollah e Israel se agravaram no sul do país no ano de 2001. 

Assim, após o embate, a divisão de poder ficou estabelecida da seguinte forma: a posição de presidente da república deveria ser exercida por um cristão maronita; o de primeiro-ministro por um muçulmano sunita, enquanto o de presidente do Parlamento por um muçulmano xiita. 

Atualmente, há a presença de mais de 350 mil palestinos refugiados no território libanês e cerca de 60% do país é de religião muçulmana, enquanto o restante é cristão. Como se pôde notar, a guerra civil no Líbano foi extremamente sangrenta, vitimando aproximadamente 120 mil pessoas, resultando em incalculáveis violações aos direitos humanos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALTMAN, Max. Hoje na História: 1982 – Massacre nos campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila. Opera Mundi, 2013. Disponível em: <https://operamundi.uol.com.br/historia/31231/hoje-na-historia-1982-massacre-nos-campos-de-refugiados-palestinos-de-sabra-e-chatila>. Acessado em: 10/05/2022.

RESENDE, B. T. N. (2019). Uma Guerra Quente no Líbano? O início da Guerra Civil Libanesa sob a perspectiva da revista Veja (1975). Revista Hydra: Revista Discente De História Da UNIFESP1(1), 207–225. Disponível em <https://doi.org/10.34024/hydra.2016.v1.9122> Acessado em: 10/05/2022.