Mayara Helena Rodrigues de Lima – 5° semestre
Rayana Yukari Fachinetti Inomato – 5° semestre

Os tempos atuais com as crises que se seguem no mundo todo, exigiram que se formulasse novas opções de gerir e garantir uma estrutura econômica através de meios cooperativos e funcionais que objetivam o bem de todos. E ainda com as grandes preocupações com o meio ambiente, em especial a Amazônia, foi inserida uma economia solidária que contribui para o desenvolvimento e crescimento da região e que, em conjunto, não prejudiquem o meio ambiente. Mas que , ainda assim, ajude a gerar uma estabilidade regional.
Segundo Paul Singer (2002, p.10), a economia solidária é um modo de produção “cujos princípios básicos são a propriedade coletiva ou associada do capital e o direito à liberdade individual”, os quais geram, a partir de sua aplicabilidade, a construção de uma classe de trabalhadores que detém um capital igualitário em uma sociedade econômica. Além disso, esse modelo econômico se dá a partir da autogestão e de um viés essencialmente democrático, com forte incentivo à cooperação em contrapartida à competição.
Nesse sentido, pode-se afirmar que a economia solidária é uma forma de desenvolvimento socioeconômico interdependente que visa a construção de um mundo mais solidário, ético e sustentável, oposto às dinâmicas competitivas e capitalistas. Além do mais, esse modelo econômico é interligado diretamente ao desenvolvimento sustentável, na medida em que trás a ideia de uma harmonia entre a natureza e o homem, buscando a preservação da cultura e do meio ambiente por meio da cooperação (REIS et al, 2015).
Na Amazônia brasileira, esse modo de desenvolvimento econômico está presente principalmente nas dinâmicas quilombolas, ribeirinhas e indígenas, com uma maior visibilidade formada a partir do século XX, vistas em forma de organizações sócio-produtivas, associações e cooperativas, a partir da agricultura familiar, de grupos alternativos de geração de renda, entre outros (FRANÇA, 2019).
Como exemplificação dessas dinâmicas, pode-se citar a Associação Mutirão de Igarapé Miri, que atua na região do Baixo Tocantins desde a década de 90, a qual é um cooperativo de agricultura familiar e extrativismo vegetal e animal que tem como objetivo “garantir uma melhoria na qualidade de vida de populações ribeirinhas, gerando postos de trabalhos, acesso à renda e à equipamentos essenciais” (REIS et al, 2015, p. 121).
E o Brasil integra atualmente um Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário (SNCJS), criado durante o governo do Presidente Lula sendo regulado por lei, é oficializado pelo Estado Brasileiro do Comércio Justo e Solidário como uma política social de enfrentamento das desigualdades sociais e da precariedade das relações de trabalho. E economicamente, por proporcionar uma identidade aos produtos e serviços, agregando valor e conceito aos mesmos, e, assim, ampliando suas oportunidades de venda. Esse sistema agindo em rede, tem uma grande importância na região Amazônica pois mantém vários centros de apoio que fazem a região mais integrada e desenvolvida social e ambientalmente.
REFERÊNCIAS:
FRANÇA, Elvira Eliza. Economia Solidária: uma ação cooperativa de inclusão social. Amazônia Real. 18 jul 2019. Disponível em: https://amazoniareal.com.br/economia-solidaria-uma-acao-cooperativa-de-inclusao-social. Acesso em: 07 mai 2022
REIS, Adebaro et al. Agricultura Familiar e Economia Solidária: a experiência da Associação MUTIRÃO, na região do Baixo Tocantins, Amazônia Paraense. Revista Tecnologia e Sociedade. Curitiba, v.11, n.22, p. 120-142, 2015.
SINGER, Paul. Introdução à Economia Solidária / Paul Singer– 1a ed. – São Paulo : Editora Fundação Perseu Abramo, 2002.