
Marlon Cesar Ferreira Dantas, do 1º Semestre do curso de Relações Internacionais
Hans Morgenthau (2006), definiu em seu realismo a necessidade do reino moral e a sobrevivência nacional em primazia, colaborando com o trabalho de Edward Hallet Carr, afirmando a prudência como única virtude suprema na política e nas relações internacionais em geral. Trazendo consigo a razão política, considerando, em sua pesquisa, vários fundamentos para suas explicações em como ocorre as relações entre estados e o quão conflituosas as mesmas podem ser. Tratando-se de tais relações, com virtudes políticas, onde um ou vários podem ganhar e perder, é possível observar a reflexão a luz do trabalho de Hans na ocorrência histórica da Guerra dos Sete Anos.
A Guerra dos Sete Anos datada do século XVIII, nos anos 1754 até 1763, foi verdadeiramente um conflito de proporções globais, pelo envolvimento de muitos integrantes importantes para a história, pois também é considerada uns dos principais eventos históricos de seu tempo, onde Inglaterra, Prússia, França, Áustria e Rússia tiveram suas influências diretas e indiretas. Importante salientar também que, ao mesmo tempo nos Estados Unidos, França e Inglaterra estavam em atrito perante as 13 Colonias e a Índia causando, descontentamento para as duas nações. São uma série de eventos que levaram a Guerra dos Sete Anos, sendo duas delas de maior importância: as questões das Anglo-Francesa nos Estados Unidos e na Índia e as questões prussianas e austríacas após a Guerra da Sucessão de 1740 até 1748, resultando em alianças criadas pelo tratado de Aquisgrão ou Aix-la-Chapelle o qual resultou no fim da mesma guerra, a se dividirem, onde muitos de seus participantes são os autores para a insurgência da Guerra de Sete Anos. Isso também foi alimentado pelas questões internas dos colonos franceses da Nova França e britânicos das Treze colônias nos Estados Unidos, perante divergências criadas pela Companhia Terrestre de Ohio no Vale do Rio Ohio, permitindo a passagem de britânicos a passar pelas Montanhas de Allegheny, prejudicando os franceses da região devido a tomada britânica da região. (OLIVEIRA, 2014).
Fora do esquema colonial estadunidense, na Europa as divergências ampliavam cada vez mais pela disputa de terras, trazendo consigo a convenção de Westminter, que pouco é conhecida na História, trazendo à mesa as propostas de vários estados com seus respectivos desejos, sendo da Inglaterra a sair vitoriosa em suas posses fora da Europa; a Áustria almejava a retomada da Silésia, perdida na guerra de Sucessão para a Prússia, e mais dois Pactos de Versalhes para a Rússia adentro nesse tempo cuja ações foram perante os desejos austríacos de expansão territorial, perante o intervalo de 1756 para 1763. Ao Final da Guerra, que acabou com a exaustão financeira e militar de todos os lados, a Prússia sairia intacta com poucos danos já podendo ser aclamada como potência Europeia e a vontade de finalizar o conflito aumentava, dando surgimento para os tratados de Paris e Hubertusburg em 1763. (OLIVEIRA, 2014).
Visando a reflexão pela obra “A Política entre as Nações’’ de Hans Morgenthau, é compreendido que a necessidade dos Estados participantes em geral, visavam sua necessidade de não somente o controle, mas também a manutenção e expansão por parte dos envolvidos, e sendo uma guerra que verdadeiramente envolveu o aspecto mundial para seu tempo, é possível entender o jogo político os quais eram almejados.
Em sua visão, o que movimenta um estado, baseado em seus 6 princípios para a política internacional, no começo da Guerra, a semelhança de como os estados atuavam, era que todas as nações em envolvimento poderiam ser uma ameaça as suas respectivas soberanias, sendo visível pelas propostas na convenção de Westminter, de ambas os Estados envolvidos, como Inglaterra, França e Áustria, almejavam o seu controle de suas posses que estavam ou estariam perdidas caso não houvesse a intervenção pela Guerra, cuja a mesma, sendo uma necessidade não foi a melhor escolha, porem influenciou na manutenção do poder, pois os desejos da nação acaba ainda sendo um dos desejos obedecendo a natureza humana. A necessidade da guerra foi uma forma de relação de poder, pois era visível, a os envolvidos no tempo, que tal tratado, não seria a melhor opção de resolução, pois não fazia muito tempo desde a Guerra da Sucessão, logo na visão do realismo de Hans era inevitável uma próxima guerra em virtude de como fluía as ações estatais individuais dos participantes. (MORGENTHAU, 2003, p. 5-7).
Referências
MORGENTHAU, Hans. “Teoria e Prática da Política Internacional”. In: Oswaldo Brito. A Política entre as Nações. p. 3-29 (do capítulo I). Cidade: Brasília, Universidade de Brasília, 2003
OLIVEIRA, Fernando. A Guerra dos Sete, um conflito de dimensões globais. Cidade: Pelotas, Universidade Federal de Pelotas, 2014.