
Vinicius Pontes – Acadêmico do 5º semestre de Relações Internacionais
Ficha Técnica
Direção:Misha Green,J. J. Abrams,Yann Demange, Daniel Sackheim,David Knoller.
Produção:Jordan Peele Misha Green, J.J. Abrams ,Ben Stephenson Bill Carraro Yann Demange Piloto,David KnollerPiloto
Gênero: Terror
Distribuidora: HBO
Ano: 2020
Lovecraft Country é uma adaptação para a televisão de um livro de mesmo nome, escrito pelo autor Matt Ruff lançado no ano de 2016. A série foi dirigida por grandes nomes, como Jordan Peele e J.J Abrams e contou com Jonathan Majors e Jurnee Smollett interpretando a dupla de protagonistas.
A série conta a história de um jovem veterano da guerra da Coreia, chamado Atticus Black que ao retornar para sua cidade natal descobre que seu pai se encontra desaparecido. O jovem – transtornado pelas circunstâncias estranhas do desaparecimento – começa a seguir os rastros do seu pai ao lado do tio, George, e de Letitia, uma amiga próxima.
Após começarem a investigar, o trio acaba envolvido numa enorme conspiração, relacionada com cultos, assassinatos, monstros e racismo.
A série tem como uma proposta, subverter a obra do autor H.P Lovecraft que, apesar de ser importantíssima para o terror na literatura, é recheada de momentos onde o racismo do autor é escancarado. Tal subversão da obra do autor pode ser relacionada com a teoria pós-colonial das Relações Internacionais (RI), vertente das RI que busca rever as análises das teorias mainstream e refutar visões etnocêntricas de eventos históricos, dando protagonismo para os povos invisibilizados ao longo da história.
Um bom exemplo de autor dessa vertente é o autor Aníbal Quijano, que afirma que as problemáticas trazidas pela expansão do colonialismo continuam a influenciar as nossas relações políticas, econômicas, sociais e políticas mesmo após o seu “fim”. Quijano chama tal continuidade de “Colonialidade do Poder” (QUIJANO,2005).
Em suma, é possível concluir que Lovecraft Country é uma série extremamente importante para a contemporaneidade por subverter a lógica racista presente na obra de Lovecraft. Sendo uma ótima opção para aqueles que buscam obras bem produzidas e que busquem romper com ideias etnocêntricas.
Referências:
SARFATI, Gilberto. Teoria das Relações Internacionais. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. 2005.
FRANÇA,Junior. SENA,Marina. ENTREVISTA COM CELSO M. PACIORNIK, TRADUTOR DE H. P. LOVECRAFT. Revista Abusões.Volume 4, Pág 497 – 507. Janeiro de 2017.