
Anna Victhoria Calliari – Internacionalista da Amazônia formada pela UNAMA.
Diante do centenário de um evento tão importante como o que compreendeu a Semana da Arte Moderna de 1922, é fundamental relembrar quão inovadora foi essa grande manifestação artística promovida através de conferências e palestras no Teatro Municipal de São Paulo, por volta dos dias 13 e 17 de fevereiro. Abrangendo desde a literatura, como se viu pelas produções do poeta e escritor Oswald de Andrade, até as artes plásticas, como as coloridas pinturas feitas pela modernista Tarsila do Amaral. Esse festival exposicionou também outras variações artísticas como esculturas, poesias e também apresentações musicais.
Presenciara-se, assim, um dos maiores encontros de ideias e tendências da época, que a princípio causaram inquietação e até mesmo espanto aos espectadores e demais intelectuais brasileiros que conheciam aquelas novidades tão distintas, estando presente nas obras fortes influências das vanguardas artísticas estrangeiras como as europeias, que, no modernismo, obtiveram a incorporação de representações que valorizassem o nacional. A Semana da Arte Moderna, dessa forma, teve diversos desdobramentos por meio das críticas que recebeu, revistas feitas sobre o assunto e manifestos vanguardistas que solidificaram o famoso movimento artístico antropofágico no Brasil.
Ao considerar o poder de influência que representações, como as que foram feitas na Semana da Arte Moderna, trabalharam ativamente com a percepção dos Brasileiros acerca da cena artística internacional para se utilizar das mesmas técnicas e inspirações na criação de obras que tivessem como temática o Brasil, é interessante entender em meio a essa mescla de valores que contribuíram para a realização da Semana da Arte Moderna a possibilidade de se aprofundar em torno desse evento ao adentrar na área das Relações Internacionais pela teoria pós-moderna estética como ferramenta facillitadora, em especial quando se considera que a Semana da Arte Moderna fora um movimento não somente cultural, mas também político.
De acordo com Roland Bleiker (2009) que é um autor que muito contribuiu para essa corrente teórica caracterizada pela utilização de elementos culturais em suas abordagens, representação é uma demonstração de poder e nunca se dá de forma apática ao momento e aspectos sócio-culturais que englobam como se viu na questão que consistiu efetivamente na Semana da Arte Moderna que esse ano está no seu centenário. Desse modo, com a abordagem teórica da virada estética,está presente nessa realidade ao que será uma forma de reação através do modernismo para trazer a valorização,por meio da arte, a riqueza brasileira, através da participação dos artistas que foi feita nesse evento e revolucionaram a arte como era entendida e suas repercussões que devem ser comemoradas nesse momento tão especial.
Referências
AJZENBERG, Elza. A semana de arte moderna de 1922. Revista de Cultura e Extensão USP, v. 7, p. 25-29, 2012.
BLEIKER, Roland. Aesthetics and World Politics. Palgrave Macmillan. 2009.
NASCIMENTO, Evando Batista. A Semana de Arte Moderna de 1922 e o Modernismo Brasileiro: atualização cultural e “primitivismo” artístico. Gragoatá, v. 20, n. 39, 2015.