Desmond Tutu

         Brenna Dias (acadêmica do 3º semestre de RI da UNAMA)

Nascido em 7 de outubro de 1931, em Klerksdorp, na África do Sul. Desmond Mpilo Tutu (1931-2021) foi professor, reitor, sacerdote, bispo e arcebispo e exerceu um papel de extrema relevância no apartheid, movimento racial ocorrido nos anos 90. Filho de Zacheriah Zililo e Aletta Tutu, Desmond foi educado em escolas missionarias sul-africanas, onde desenvolveu uma paixão por leitura que acompanhou por toda sua vida.

Tutu após estudar teologia, e ter se tornado padre, bispo e arcebispo anglicano, no ano de 1975 ele foi reitor da Catedral de Santa Maria em Johanesburgo, sendo o primeiro negro sul-africano neste cargo.

Em 1978, Desmond foi nomeado como secretário-geral do Conselho de Igrejas da África do Sul e tornou-se o principal porta-voz dos negros sul-africanos sem voz, através de suas palestras e escritos críticos. Após a Revolta de Soweto (ou rebelião de Soweto), Tutu apoiou abertamente o boicote econômico ao seu país. Através destas e outras ações fizeram com que em 1984 Desmond recebesse o Prémio Nobel da Paz por suas ações não violentas contra o apartheid.

Em 1994, quando houve a primeira eleição multirracial na África, que elegeu Nelson Mandela, Desmond Tutu foi convidado para integrar a Comissão da Verdade Reconciliação (VCR), criada para investigar crimes de brancos contra negros durante o apartheid, no qual através da confissão de seus crimes ganhariam anistia. Através do VCR Tutu pretendia alcançar um equilíbrio entre justiça e anistia, o perdão e a reconciliação (RATHER, 2008).

Desmond Tutu também era um grande defensor dos direitos LGBTQIA+. Em 2010 Tutu fez um apelo em vídeo as Nações Unidas para “liderar o mundo na promoção da liberdade e da igualdade em dignidade e direitos de gays, lésbicas, bissexuais e pessoas transgênero”. No seu livro publicado em 2011, God Is Not A Christian: And Other Proviocations [Deus não é cristão: E outras orovocações], Tutu afirmou que “não poderia lutar contra a discriminação do apartheid e não lutar também contra a discriminação que os homossexuais suportam, mesmo em nossas Igrejas e grupos de fé” e segue citando que a discriminação sofrida apenas com base na orientação sexual é tão inaceitável e injusto quanto o apartheid (TUTU, pag 54, 2011).

Desmond Tutu faleceu aos 90 anos em 26 de dezembro de 2021 em decorrência de um câncer. Desmond foi exemplo de força e fé para a humanidade, sempre usando de seu lugar para dar voz aqueles que são silenciados, o ativista deixa um incrível legado além de vários livros com ensinamentos e reflexões atemporais.

Referências:

COMPOR – MPMG. Biografia Desmond Tutu. [S. l.: s. n.], SA. Disponível em: https://www.mpmg.mp.br/data/files/DB/F7/07/B7/5D3AC710E97C3AC7860849A8/BIOGRAFIA%20Desmond%20Tutu%20%20_6_.pdf. Acesso em: 6 fev. 2022.

MORRE Desmond Tutu, vencedor do Nobel da Paz e ativista anti-apartheid sul-africano. [S. l.], 26 dez. 2021. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-59794564. Acesso em: 6 fev. 2022

OS DIREITOS de pessoas LGBT na ONU (2000-2016). Revista Latinoamerica, [S. l.], 31 mar. 2019. Sexualidad, Salud y Sociedad, p. 28-56. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1984-6487.sess.2019.31.03.a. Acesso em: 6 fev. 2022.

RATHER, Frank. Verdade e Reconciliação. [S. l.], 28 out. 2008. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/dez-anos-de-comiss%C3%A3o-de-verdade-o-dif%C3%ADcil-legado-na-%C3%A1frica-do-sul/a-3751436. Acesso em: 6 fev. 2022

TUTU, Desmond. Deus não é cristão: E outras provocações. [S. l.: s. n.], 2011.i