
Anaclara Franco (acadêmica do segundo semestre de RI da UNAMA)
Brenna Dias (acadêmica do segundo semestre de RI da UNAMA)
Audrey Kathleen Hepburn-Ruston (1929 – 1993) nasceu na Bélgica e foi uma das maiores atrizes do cinema, popularmente conhecida por seu protagonismo em “Bonequinha de Luxo” (1961). Filha de um britânico e de uma austríaca, era poliglota e vivenciou as tragédias da Segunda Guerra Mundial enquanto morava na Holanda. Durante os anos de guerra, ajudou na luta contra as tropas nazistas, em que a prática do ballet também era uma forma de arrecadar dinheiro e auxiliar na resistência.
No entanto, a atriz passou por momentos de fome juntamente com sua família, em que a United Nations Relief and Rehabitation Administration foi de extrema importância para sua sobrevivência. Consciente do papel dessas organizações na vida das pessoas, Audrey passou a se dedicar intensamente ao trabalho voluntário, se tornando embaixadora da United Nations International Children’s Emergency Fund (UNICEF), em 1989.
Sua dedicação às causas humanitárias contribuiu para chamar a atenção de políticos e da mídia para a situação de muitas pessoas ao redor do mundo, principalmente as crianças.
A atuação de Audrey Hepburn na promoção de campanhas que buscassem a garantia de direitos básicos, como alimentação, saúde e educação serviu para incentivar a cooperação internacional, como exposto por WILSON (2011) [1]“Hepburn realised a new modality of star power: as UNICEF Goodwill Ambassador, Hepburn re-invented the cultural powers of stardom, pushing them into the field of global governmentality.”.
Tendo em vista as ações realizadas pela atriz, pode-se coliga-la ao paradigma cosmopolita kantiano, proposto na sua obra Paz Perpétua, nele o “direito dos cidadãos do mundo, considerados não como membros de seu estado, mas como membros, ao lado dos estados, de um estado universal da humanidade” (SCKELL, 2017).
Audrey explicita este paradigma visto que suas missões e atuações foram de extrema importância, pois devido sua fama foi possível expor certas problemáticas humanitárias Além de que este é um exemplo claro que no sistema internacional, não só os Estados podem desempenhar um importante papel, mas também a sociedade civil e como é necessário um olhar mais cauteloso para esta população, já que nem sempre o Estado é capaz de protegê-los então outros atores irão fazê-los.
No final da década de 80, Audrey deu início aos seus trabalhos humanitários como embaixadora da UNICEF. Em 1988, a atriz visitou um orfanato na Etiópia, na cidade de Mekele, onde estava localizado um orfanato que abrigava aproximadamente 500 crianças famintas e mandou alimento para estas.
No mesmo ano foi à Turquia para incentivar a campanha de imunização. Essas e outras inúmeras iniciativas levaram a atriz a receber vários prêmios, entre eles em 1992 a Casa Branca anunciou que Audrey havia sido escolhida para receber a medalha Presidencial da Liberdade por George H. W. Bush em detrimento de seus trabalhos na UNICEF.
A atriz faleceu em 1993, aos 63 anos devido a um câncer que iniciou com um tumor no apêndice e logo espalhou por todo o cólon.
Audrey Hepburn foi não apenas uma atriz, mas uma agente humanitária que dedicou sua vida a projetos sociais e ações humanitárias que até a atualidade são reconhecidos e tidos como exemplo por todos do Show Bussiness.
REFERÊNCIAS:
DE CARVALHO, RAQUEL. AUDREY HEPBURN, UMA DIVA ETERNIZADA PELA CAUSA HUMANITÁRIA. 4 maio 2020. Disponível em:< http://www.raqueldecarvalho.com.br/audrey-hepburn-uma-diva-eternizada-pela-causa-humanitaria/. Acesso em: 6 dez. 2021
Julie Wilson (2011) A new kind of star is born: Audrey Hepburn and the global governmentalisation of female stardom, Celebrity Studies, 2:1, 56-68, DOI: 10.1080/19392397.2011.544163
MULHERES QUE INSPIRAM: A TRAJETÓRIA HUMANITÁRIA DE AUDREY HEPBURN. [S. l.], 4 maio 2020. Disponível em: https://harpersbazaar.uol.com.br/estilo-de-vida/mulheres-que-inspiram-a-trajetoria-humanitaria-de-audrey-hepburn/. Acesso em: 7 dez. 2021.
SCKELL, Soraya Nour. O cosmopolitismo de Kant:direito, política e natureza, [s. l.], jul. 2017.
[1] Hepburn tornou realidade uma nova modalidade de poder de estrela: como Embaixadora da Boa Vontade do UNICEF, Hepburn reinventou os poderes culturais do estrelato, empurrando-os para o campo da governamentalidade global.”. (tradução nossa)