
Lucas Bastos – 6º semestre de Relações Internacionais.
O governo de Angela Merkel trouxe consigo um dos maiores avanços sociais e econômicos para a Alemanha e União Europeia ao longo de seus 16 anos de mandato.
Diante disso, novas perspectivas se abrem ao se deparar com um país entusiasmado e assustado diante de um novo candidato a altura do cargo, visto que a partir deste momento o realismo ofensivo alemão corre grande risco de desaparecer por inteiro ou renascer sobre uma nova ótica ideológica.
O neorrealismo ofensivo de John Mearsheimer, foi um dos grandes pilares para o entendimento do sistema internacional do século XXI, trazendo a sua teoria o aspecto da falta de confiança entre as nações e o reforço da hegemonia interna e logo em seguida externa.
Princípio pelo qual a chanceler alemã aderiu dada a perspectiva de protagonista da UE, fortalecendo seus laços entre as nações vizinhas mas também revigorando o Estado germânico a um apogeu econômico que jamais obtivera desde meados da Segunda Guerra Mundial.
Merkel foi uma líder meticulosa em suas ações, seja por uma negociação mais amigável entre seus vizinhos ou por uma abordagem mais dura em criticar as práticas ilegais econômicas, quebra dos direitos humanos e ambientais ao redor do mundo. A luta social sem dúvida foi um dos grandes aspectos que fizeram com que sua saída do partido (CDU) e do cargo chegassem ao marco de 77% de aprovação da população em 2012 e 74% em 2019 com medidas de combate a covid-19.
A atual conjuntura das eleições de 2021 para a Alemanha não é a mais promissora em termos de confiança, especialmente quando analisamos a polarização dos resultados iniciais dos partidos conservadores e sociais democratas.
O site da Comissão Eleitoral Federal informou que o SPD obteve 25,7% dos votos, seguido pelo bloco CDU/CSU, que obteve 24,1%, e o Partido Verde, com 14,8% dos votos, após a contagem de todos os 299 distritos eleitorais da Alemanha.

Atualizado: 30/09/2021
Conclui-se que, a iminente vitória de Olaf Scholz (SPD) abre um novo desafio para a Alemanha no campo interno e externo na sua abordagem hegemônica, tanto por uma nova conjuntura ideológica quanto por uma nova vertente pragmática.
Diante disso, faz-se necessário a análise das prováveis crises que a nova gestão terá de enfrentar, sendo como principais a inflação econômica alemã, a crise migratória, o aumento das tensões regionais/internacionais e a manutenção do poder dentro da UE.
REFERÊNCIAS
[S.I] Inflação na Alemanha bate recorde em setembro. Forbes Negócios: Brasil, 2021. Disponível em https://forbes.com.br/forbes-money/2021/09/inflacao-na-alemanha-bate-recorde-em-setembro/
RODRIGUES, Léo. Símbolo da moderação, era Merkel se encerra com eleição apertada. Agência Brasil: Rio de Janeiro, 2021. Disponível em https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2021-09/simbolo-da-moderacao-era-merkel-se-encerra-com-eleicao-apertada
MEARSHEIMER, John J. The Tragedy of Great Power Politics. W. W. Norton & Company: New York City, 2001.