
Jhennyfer de Souza – Acadêmica do 8° semestre de Relações Internacionais da UNAMA.
A Guerra sempre esteve presente na vida do homem, com seu principal incentivador sendo a busca pelo poder. Mesmo que um lado se intitule vencedor, todos sempre acabam perdendo, o desgaste que ela causa e a marca que ela deixa são levados por toda a história do homem. Diante disso, muitas instituições começaram a surgir dentro da sociedade, para levar ajuda dentro dos conflitos internacionais e a grande maioria defende os mesmos princípios.
O Movimento Internacional da Cruz Vermelha é o maior exemplo de instituição que leva ajuda humanitária pelo mundo. Foi idealizada e criada em 1863 pelo suíço Henry Dunant, que desde jovem gostava de participar de movimentos e atividades caridosas, levando ajuda espiritual e material aos mais necessitados. Ele teve grande êxito na vida adulta e seguiu cuidando dos negócios de sua família. Em uma viagem de trabalho, Dunant ficou horrorizado com o estado em que a Itália se encontrava, no pós Batalha de Solferino, que ocorreu em 1859 para consolidar a independência italiana.
Havia muitos feridos precisando de assistência médica, os enfermeiros que estavam ajudando nos primeiros socorros não estavam conseguindo atender a todos, e o suíço decidiu ajudar no atendimento dessas vítimas. Diante de tudo o que foi visto, ele decidiu criar uma organização de voluntários, que pudessem ajudar as pessoas feridas em combates futuros, de forma que fossem tratadas com mais humanidade e dignidade. A ideia era promover esse trabalho em todas as nações, como um tratado internacional, dividido por vários grupos de voluntários, com um só propósito: levar ajuda ao próximo (HAUG, 1986).
Muitas pessoas importantes apoiaram o projeto de Dunant; atualmente a Cruz Vermelha conta com mais de 90 milhões de voluntários pelo mundo e está presente em mais de 80 países, tendo ajuda de doações para a realização de suas ações e trabalhos. Ela é uma instituição neutra, imparcial e independente que busca assegurar a proteção humanitária e a assistência às vítimas de conflitos armados ou qualquer tipo de violência, sempre com o propósito de levar ajuda ao próximo.
Desde a sua criação, em 1863, a Cruz Vermelha vem se mostrando eficiente e presente em todos os conflitos e guerras que eclodiram após a sua fundação. A instituição busca amenizar o sofrimento de toda e qualquer vítima, seja civil ou militar, e seus voluntários têm um comprometimento com a vida do próximo, sem qualquer distinção. Ela tem participação fundamental na efetivação e promoção do Direito Internacional Humanitário, que na sua origem, representa a expressão jurídica do sentimento de humanidade que corresponde à benevolência da compaixão que nutrimos pelos nossos semelhantes (DEYRA, 2004).
Durante a Batalha de Solferino, os postos de atendimento não eram de fato respeitados pelos militares. Na época utilizava-se uma bandeira preta para sinalizar que ali havia enfermeiros que cuidavam de feridos, tanto os que estavam envolvidos na batalha quanto os civis. Essa situação levou a criação das Convenções de Genebra de 1949, que asseguram direitos às vítimas de qualquer conflito, sejam elas combatentes, civis e principalmente os que prestam a assistência médica, a fim de reduzir os efeitos da guerra na sociedade.
A Cruz Vermelha está preparada para qualquer eventualidade, tem voluntários capacitados, que passam por cursos e provas de resistência, para testar os seus conhecimentos, capacidades e habilidades. Ela está presente constantemente nos países mais pobres e que estão em conflito contínuo, como é o caso do Afeganistão. A entidade leva alimentos e utensílios essenciais à vida do ser humano, além de tentar amenizar a dor que é causada pela guerra.
Indo além de problemas militares causados pelo homem, a instituição esteve presente na assistência às vítimas do terremoto no Haiti, que ocorreu em 2010 e acabou com mais de 200 mil vidas, e deixando milhares de feridos. Toda ajuda voluntária foi necessária e precisa, para socorrer as vítimas: equipes de buscas foram feitas para retirar as pessoas que ainda estavam sob os escombros, faltava comida, água potável, energia, ajuda médica e a Cruz Vermelha foi fundamental para dar suporte em todas essas questões.
O trabalho da instituição é fazer o sentimento da solidariedade e compaixão aflorar dentro de todas as pessoas, fazendo com que elas doem uma parte de si para lutar pela vida do seu semelhante. A promoção da paz e da cooperação é essencial para o Movimento ou, com a ajuda da sociedade, mesmo que de forma mínima, há uma grande chance e esperança, de que um dia o mundo seja um lugar melhor, justo e seguro, para todos e todas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DUNANT, Henry. Lembranças de Solferino. Solferino: Comitê Internacional da Cruz Vermelha, 1986.
DEYRA, Michel. Direito Internacional Humanitário. Brasília: Procuradoria Geral da República, 2005.