
Yasmin Garcia – Acadêmica do 4º semestre de Relações Internacionais
Ficha Técnica
Direção: Craig Gillespie
Produção: Andrew Gunn, Marc Platt, Kristin Burr
Distribuidora: Walt Disney Studios Motion Pictures.
Elenco Principal: Emma Stone, Emma Thompson, Joel Fry, Paul Walter Hauser.
A história dos 101 Dálmatas (1961) já é conhecida mundialmente por seus personagens cativantes e, principalmente por sua icônica antagonista. A vilã que ganhou em 2021 um prelúdio, história que antecede uma já existente, só sua.
Cruella (2021), em apenas uma semana de estreia, atingiu a liderança nas bilheterias, ultrapassando até mesmo “Godzilla vs. Kong” (G1, 2021). O elenco conta com Emma Stone e Emma Thompson nos papéis principais, de Estella e da Baronesa Von Hellman, respectivamente.
A obra contextualiza o público sobre a origem de Cruella, e toda a sua trajetória até se tornar a figura marcante conhecida no filme dos 101 Dálmatas.
Na conjuntura de Londres dos anos 1970, a protagonista é apresentada para seus dois futuros capangas, Jasper e Horácio, que também aparecem na animação de 1961.
Estella, nome de nascença de Cruella, também conhece a Baronesa, uma figura pública ilustre, para quem ela trabalha durante boa parte do filme como estilista e designer. Contudo, revelações sobre sua chefe tirana fazem com que De Vil tome algumas decisões que mudam totalmente o caminho da história.
Sob esse viés, ainda que implicitamente, a narrativa se relaciona muito à teoria de John Mearsheimer. O neorrealista afirma que o poder é uma capacidade material, e que sua maximização é a melhor maneira de sobreviver. Após alguns eventos, é exatamente o que Estella faz: aos poucos, a mesma vai conquistando espaço em Londres, exercendo a tese de poder territorial do autor supracitado.
O que, antes, era para ser uma vingança contra a Baronesa, acaba tornando Cruella De Vil um símbolo da moda londrina, ratificando a defesa de Mearsheimer. Através de uma certa “hegemonia territorial” ganha visibilidade e consegue atingir seu objetivo – aqui ocultado por motivos de spoiler. No final do enredo, a potencialização de sua autoridade não só permite que ela se conserve, mas também que ela atinja o que visara desde o começo.
Com cenários incríveis, figurinos impecáveis e reviravoltas coerentes, este live action veio para se destacar entre os remakes já feitos pelos estúdios Disney. Com a contextualização da gênese da personagem, a obra cinematográfica cativa e prende a atenção do telespectador.
Cruella (2021) é uma ótima sugestão para o final de semana em casa, visto que a emblemática antagonista da animação original é muito bem representada nos dias atuais.
REFERÊNCIAS
1 MEARSHEIMER, John J. The Tragedy of Great Power Politics. W. W. Norton & Company: New York City, 2001.
2 [S. I] ‘Cruella’ assume a liderança na bilheteria nacional e arrecada R$ 1,6 milhão. G1 POP & ARTE: Maio/2021. Disponível em https://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2021/05/31/cruella-assume-a-lideranca-na-bilheteria-nacional-e-arrecada-r-16-milhao.ghtml