
Jhennyfer de Souza – Acadêmica do 7º semestre de Relações Internacionais
Após os horrores vividos pelo homem com as duas Grandes Guerras, as nações viram a necessidade de assegurar e promover a melhora das propostas já elaboras, para salvaguardar os indivíduos que compõem a sociedade. Os idealistas, por exemplo, prezam pela paz e sua manutenção e igualdade dos Estados, para a segurança de todo o Sistema Internacional (CASTRO, 2012).
Hugo Grotius (1625) é uma referência na teoria idealista. No que diz respeito às leis, Grotius acredita que elas podem ser formuladas e aceitas pelo Estado para que a anarquia de Nicolau Maquiavel e o estado natural de Thomas Hobbes seja no mínimo contida (SARFATI, 2005). Grotius aceitava a natureza humana; no entanto, o grande problema são as consequências que elas causam,. Com base nesses preceitos, o político americano Woodrow Wilson decidiu que estava na hora de estabelecer pontos importantes para a preservação da vida e dos direitos do homem.
Wilson via na teoria idealista, uma chance para os Estados se dedicarem às escolhas que beneficiariam o bem coletivo. Ele acreditava na boa vontade das pessoas para fazerem do mundo um lugar melhor, enfatizando a importância dos direitos humanos na promoção de sociedades mais justas, igualitárias e seguras. Infelizmente, em um primeiro momento, as suas propostas (14 pontos de Woodrow Wilson) não foram levadas a sério. O egoísmo e a natureza conflituosa dos Estados levaram à eclosão de uma nova guerra.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), firmada em 1948, trouxe a esperança para quem acredita em um mundo melhor: normas que amparam a dignidade de toda a pessoa humana (UNICEF s/d). Apesar da luta social ter começado um pouco antes, a DUDH é um marco para a efetivação desses direitos e para quem se dedica a protegê-los. No contexto em que foi criada, o trabalho voluntário já existia, e buscava de todas as formas ajudar as pessoas que mais precisam.
O voluntariado começou a ser evidente com o Movimento Internacional da Cruz Vermelha, mas de acordo com Veyne (1990) a prática existia na Roma Antiga, quando o imperador submetia ao Estado a responsabilidade de suprir as necessidades dos cidadãos. O autor também justifica que a ação de alguns cidadãos em ajudar o próximo nasce nos conceitos religiosos da Igreja Católica, com a ideia de caridade.
Dentro desse contexto religioso, o suíço Henry Dunant foi um jovem muito voltado para a igreja e ações que ela realizava. Em seu primeiro trabalho, na Liga dos Donativos, Dunant levava ajuda espiritual e material para pessoas carentes e que passavam pela pobreza. Sendo fundador do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, o suíço convidava todos a se voluntariarem ao movimento, em busca de preservar a vida humana diante de contextos tão desumanos que as guerras causavam.
O trabalho voluntario têm uma importância extrema na comunidade, na proteção e efetivação dos Direitos Humanos. É ele que promove projetos de ajuda que atuam na melhoria de vida de crianças e adolescentes que sofrem algum tipo de injustiça; estão na linha de frente na atual crise dos refugiados; ele leva alimentos e assistência aos países mais pobres e as populações, entre outros. Ser voluntário significa doar-se ao outro, colocá-lo como prioridade, ajudar sem olhar aquém, apenas com interesse social, comunitário e solidário. Todo trabalho desse gênero, exige o mínimo e o máximo de apoio possível. O estímulo da sociedade civil é importante, pois quanto mais voluntários as organizações tiverem, mais vidas conseguem receber ajuda, mantendo um equilíbrio entre o caos e paz.
REFERÊNCIAS
ARRAES, Virgilio; GEHRE, Thiago. Introdução ao Estudo das Relações Internacionais. São Paulo: Editora Saraiva, 2013.
DUNANT, Henry. Lembranças de Solferino. Solferino: Comitê Internacional da Cruz Vermelha, 1986.
CASTRO, Thales. Teoria das Relações Internacionais. Fundação Alexandre Gusmão, 2012.
GRIFFITHS, Martin. Woodrow Wilson. In: __ 50 grandes estrategistas das relações internacionais. São Paulo: Contexto, 2004
GROTIUS, Hugo. O Direito da Guerra e Paz, 1625.
SARFATI, Gilberto. Teoria das Relações Internacionais. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.
UNICEF. Disponível: < https://www.unicef.org/brazil/>
VEYNE, Paulo (organizador). Do Império Romano ao ano mil – História da vida privada. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, v. 1.