Rafaela Vale – Acadêmica do 3º semestre de Relações Internacionais da UNAMA.
Barakah com Barakah (2016)

Direção: Mahmoud Sabbagh
IMDb: https://www.imdb.com/title/tt5435084/
Disponível em: Netflix
Tópicos abordados: Cultura. Religiosidade.
O filme mostra encontro entre Barakah (Hisham Fageeh) e Bibi Harith (Fatima Albanawi), que gerou mais do que uma paixão proibida, uma conexão de ideias entre dois indivíduos solitários, que surge em meio a um cenário bastante conservador. Barakah com Barakah é uma comédia romântica saudita, escrita e dirigida por Mahmoud Sabbagh, que explora as rígidas questões socioculturais da Arábia Saudita na relação dos protagonistas.
Bibi é uma polêmica influenciadora digital, que, mesmo sendo bem-sucedida em sua carreira, não está satisfeita em ser controlada por sua mãe-assessora. A moderna jovem encontra no sensível Barakah Urabi, um agente municipal da ordem, uma incomum e agradável companhia. Juntos, o casal enfrenta dificuldades em manter o romance, enfrentando, por exemplo, imposições da sharia para frequentar o mesmo ambiente.
A lei sharia, vigente na Arábia Saudita e em outras nações muçulmanas, funciona como um regulamento de normas sociais baseadas na religião, que são mantidas com a fiscalização da polícia religiosa.
Além da demonstração da vivência dos personagens diante a essa realidade, outro tópico explorado é o papel da mulher numa sociedade regida por essas leis. Bibi Harith se mostra como uma mulher constantemente crítica a esse sistema, buscando impor sempre a sua liberdade de expressão, o que a coloca como uma personagem representativa do feminismo islâmico.
Soldado Anônimo: Campo em Chamas (2014)

Direção: Don Michael Paul
IMDb: https://www.imdb.com/title/tt3699508/
Disponível em: Netflix
Tópicos abordados: Guerra do Afeganistão.
No cenário da Guerra do Afeganistão, a equipe formada por snipers e liderada por Merrimette (Josh Kelly), com o auxílio do tradutor e agente afegão Khalid (Romy Jhutti), é enviada a uma missão envolvendo um transporte de carga importante na região do Vale do Tangi, que é dominada por integrantes do grupo Talibã.
Ao decorrer da viagem pela área vermelha, o foco da missão da equipe é alterado quando Anoosh (Cassie Layton), uma misteriosa jovem, cuja segurança parece de interesse dos Estados Unidos da América, surge como um alvo dos extremistas.
O filme faz diversas referências a sangrenta disputa enfocada entre os Estados Unidos da América e a organização de fundamentalistas Talibã, agravada em meados de 2001, após ataques terroristas direcionados ao território estadunidense, obtendo com êxito a destruição do World Trade Center, o maior ataque terrorista na história da nação estadunidense.
A interpretação do Talibã sobre a lei sharia reflete diretamente na história de uma importante personagem da trama, que baseia-se na história de Malala Yousafzai, ativista paquistanesa diretamente afetada por restrições severas e misóginas pregadas a mulheres.
Jogos de Poder (2007)

Direção: Mike Nichols
IMDb: https://www.imdb.com/title/tt0472062/
Disponível em: Amazon Prime Video
Tópicos abordados: Guerra Fria. Guerra do Afeganistão.
Baseado na história real do senador estadunidense Charlie Wilson, a obra acompanha a vida do protagonista, interpretado por Tom Hanks, durante o período da Guerra Fria.
O político parte para um ajuste de questões estratégicas que, por consequência, o envolve em um esquema de espionagem que intenta a fornecer suporte armamentista ao Afeganistão .Nação que foi alvo de um processo de invasão soviética, e configurou o início de uma guerra no território afegão.
O alinhamento da união soviética com o afegão é o ambiente apresentado no filme de Mike Nichols, que não passaria despercebido pela política anticomunista da nação opositora norte-americana. Os conflitos na região acabou gerando acordos importantes para as relações internacionais, como o Pacto de Bagdá.
Com a ascensão de movimentos extremistas neste contexto histórico se desenrolaram para os conflitos que são apresentados no filme Soldado Anônimo: Campo em Chamas.
REFERÊNCIAS
RATTNER, Henrique. Afeganistão–outra guerra perdida?. Revista Espaço Acadêmico, v. 10, n. 111, p. 102-105, 2010.
SANTOS, Luísa Claudia Faria. Os atuais impactos sociais da sharia. Revista Jurídica On-line, v. 1, n. 7, 2016.
SCHOLZ, Júlia Farah; KODRIC, Camila Bertelli. O Feminismo Islâmico e a Busca Pela Igualdade de Direitos: Uma análise das legislações domésticas dos países do Oriente Médio acerca dos direitos das mulheres. I COLÓQUIO DE DIRETO E DIVERSIDADES “A DEFESA DOS DIREITOS EM TEMPOS DE CRISE”, v. 22, p. 31, 2014.
TRAUMANN, Andrew; KAMINSKI, Marina. O Waterloo da Guerra Fria: antecedentes da invasão soviética ao Afeganistão. Revista de Análise Internacional, Curitiba, v. 1, n. 1, p. 3-12, 2016.
YOUSAFZAI, Malala. Eu sou Malala: a história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã. Editora Companhia das Letras, 2013.