
Peter Wesley Mendes Barauna – Acadêmico do 3° semestre de Relações Internacionais
O império bizantino foi responsável por grandes processos históricos durante a sua vigência e mesmo no seu declínio, marcou a passagem da idade média para a idade moderna na história, assim como o início da expansão mulçumana e o percurso do Cristianismo no mundo medieval, servindo de base para a compreensão da Europa atual.
Com início no ano de 330 d.C., Constantinopla perdurou até 1453 com a tomada feita pelos otomanos. A cidade foi estruturada de forma estratégica pelo imperador Constantino I visando a sua segurança e economia:
“A posição geográfica da rebatizada Constantinopla, ligando o Ocidente e o Oriente, as suas defesas naturais (Bósforo, mar de Mármara, Corno de Ouro) e a sua privilegiada articulação com as grandes rotas comerciais terrestres e marítimas (Europa-Ásia e mar Negro-mar Egeu) justificam plenamente a escolha do primeiro imperador cristão. ” (Monteiro & al, 2016, p. 18)
Assim como sua posição privilegiada e estratégica, a capital do império romano do oriente também teve sua segurança constituída através de muralhas postas ao mar de Mármara e Corno de Ouro consideradas impenetráveis.
Com a crise do império romano no final do século III, houve a divisão do império entre o ocidental com Roma e o oriental em Constantinopla, e respectivamente a ocidental possuía cultura e idioma latino com a igreja católica, e as orientais possuíam cultura e idioma grego com a igreja ortodoxa. Assim, houve o grande cisma em 1054 onde as Igrejas de Roma e de Constantinopla se excomungaram (Monteiro & al, 2016, p. 18).
A grande cisma, ou conhecida também como cisma definitivo, foi segundo Monteiro (2016), o corte nas relações dos líderes da igreja católica com a igreja ortodoxa, marcando os diversos atritos que ambas as lideranças vinham tendo ao longo dos tempos. Assim, os desentendimentos entre o papa Leão IX e o patriarca Miguel Cerulário em questões como a dupla procedência do Espírito Santo, o jejum de sábado, o casamento dos padres e o uso de diversos tipos de pão na comunhão, seriam gatilhos para esses desentendimentos.
Após numerosas perdas de sua riqueza, mercadores e entre outras coisas pós-quarta cruzada em 1204, no qual fizeram o império bizantino reduzir progressivamente no seu território e dando brecha para novos inimigos como os califados mulçumanos se aproveitarem desse decrescimento. Alinhado a isso, as faltas de apoio por parte dos reinos cristãos latinos vieram a culminar na decadência do império (Monteiro & al, 2016, p. 18).
Com efeito disso, após o cerco comandado pelo sultão Mehmet II pôde expugnar a tão almejada Constantinopla, terminando um longo ciclo de séculos de guerra pela cobiça pela capital bizantina “Após ter conquistado a cidade dos seus sonhos, Mehmet II concentra os seus recursos na reconstrução da sua nova capital, mandando reparar as muralhas e repovoar com gregos, turcos e indivíduos de outras etnias, que terão sido atraídos pelos privilégios fiscais” (Monteiro & al, 2016, p. 18). Em 1451, Mehmet II prepara o cerco isolando Constantinopla, e em seguida em abril de 1453 inicia com exército com aproximadamente 150 000 homens e posse de um gigantesco canhão transportado 60 bois durante 2 meses. Depois de dias de combate, no dia 29 de maio por volta das três da madrugada, se inicia a invasão dos Otomanos, com as tropas de elite denominadas de janizaros, conseguem ultrapassar as barreiras ao nascer do sol e assim acontece a morte do último imperador da Constantinopla, Constantino XI, em combate, terminando assim a história do Império Bizâncio (Monteiro & al, 2016, p. 18).
Referências
MONTEIRO, João Gouveia. O Sangue de Bizâncio: ascensão e queda do Império Romano do Oriente. 1ª. ed. Imprensa da Universidade de Coimbra / Coimbra University Press, f. 260, 2016. 520 p.