
Yasmin Garcia – Acadêmica do 3º Semestre de Relações Internacionais
A história do menino de 11 anos que descobriu ser um bruxo é conhecida mundialmente. A obra de J.K Rowling alcançou mais de US$ 9,1 bilhões nos cinemas, além de ter vendido mais de 100 milhões de cópias apenas do primeiro livro – “Harry Potter e a Pedra Filosofal”- está na lista das obras literárias mais vendidas no mundo.
Os livros contam a história de Harry Potter, um garoto comum que, até seus 11 anos de idade vivia com seus tios – Petúnia e Valter – e seu primo – Duda -, levando uma vida teoricamente normal. Através de uma misterioso homem chamado Rúbeo Hagrid, Harry descobre que, na verdade, ele é um bruxo – e não um bruxo qualquer: ele era O Menino que Sobreviveu. Durante os sete livros da saga original, Harry e seus amigos – Ron Weasley e Hermione Granger – lutam juntos para se defenderem do terrível bruxo das trevas, Lord Voldemort, que persegue o protagonista.
No entanto, não é justo interpretar a saga sob apenas uma óptica, haja vista que, muitas referências são feitas. Em primeiro plano, é necessário mencionar o grande vilão: Voldemort, o qual, apresenta traços muito parecidos com o nazismo de Adolf Hitler.
A biografia do personagem se assemelha à do alemão: ambos vêm de origem humilde e possuem grande determinação e ambição, além de um poder de oratória muito forte.
Na narrativa, o Lorde das Trevas também despreza as pessoas consideradas inferiores. Durante a Segunda Guerra, a Bruxa -os seres humanos que possuíssem magia- deveria andar com identificações. Aqueles que nasceram em berço mágico, com ambos os progenitores bruxos, eram considerados “sangue puro”; já os que nasciam em uma família onde ninguém, senão o indivíduo possuísse magia (popularmente conhecidos como trouxas) era considerado “sangue ruim”.
Desta maneira, pode-se ver a relação entre a fantasia e os acontecimentos reais na Alemanha Nazista. Os arianos eram tidos como a raça pura, os únicos “dignos” de direitos civis, sociais ou políticos; já os judeus eram a raça inferior, os “sujos”.
Por isso, é imprescindível citar que as pessoas que tinham algum traço judeu em sua linhagem poderiam apontar sua árvore genealógica como contaminada. Esse fato também ocorre nos livros de Rowling, principalmente quando o nascido bruxo tem apenas um dos pais verdadeiramente bruxo. Somado a isso, outro fator ainda merece atenção: os Comensais da Morte – seguidores de Voldemort -, assim como os Nazistas, eram representados por um símbolo: a Marca Negra – enquanto os alemães eram identificados pela Suástica.
Os dois homens supracitados cometeram muitos crimes contra a raça que os mesmos consideravam inferior, deixando milhares de mortos em um curto espaço-tempo. Ambos tiveram seguidores árduos e indecisos, sendo derrotados depois da mesma duração de 6 anos (após a volta e ascensão oficial).
Portanto, percebe-se a importância dos diferentes pontos de vista ao ler ou assistir Harry Potter, pois, inúmeros outros temas são retratados durante a saga, revelando sua relevância mundial, que vai muito além da magia.