Thiago Paiva Risuenho – Acadêmico do 1° semestre de Relações Internacionais da UNAMA

O cenário global no início do século XXI evidencia as mudanças sofridas pela estrutura internacional no pós-Guerra Fria. A consolidação dos Estados Unidos como maior potência econômica e militar do planeta refletiu em suas políticas de defesa, em destaque as medidas tomadas após os atentados ao seu território em 2001- World Trade Center em Nova York e ao Pentágono em Washington.

O então presidente dos EUA, George W Bush, como justificativa de combate ao terrorismo, iniciou um processo intitulado pelo mesmo de “Guerra ao Terror”, parte da Doutrina Bush. Assim, o governo americano classificou o Eixo do Mal, composto pelo Afeganistão, Iraque e Coreia do Norte, como principais vilões do mundo civilizado, alegando que esses países possuíam projetos e investimentos no setor bélico e que financiavam grupos terroristas, prejudicando a paz mundial.

Ainda sob essa justificativa, os EUA, no ano de 2003, iniciaram por meio de uma coalizão militar com a ajuda da Inglaterra, Austrália, Dinamarca e Polônia, a invasão do Iraque com o objetivo de depor do poder o atual ditador na época, Saddam Hussein, sob o pretexto de desenvolvimentos secretos de armas químicas e biológicas por parte do país do golfo persa.

Referente ainda à atitude tomada pelo governo norte americano, a Organização das Nações Unidas (ONU) não concordou com tal intervenção militar, salientando a força de influência norte americana e gerando um embate sobre o poder de tomada de decisões do Conselho de Segurança da ONU, junto a sua capacidade de preservar a paz mundial e frear o poderio da então maior potência mundial.

A investida sobre o país de Saddam Hussein foi bem-sucedida, levando a libertação da população iraquiana das mãos do ditador que posteriormente recebeu sua condenação – a morte. Ainda dentro desse contexto, um governo provisório foi instalado no país com o auxílio das forças da coalisão, com intenção posterior de promover eleições.

Foram realizadas várias tentativas de instalar um governo democrático com base nos padrões ocidentais, o que acabou não dando certo, pois o país entrou em uma guerra civil entre os dois grupos políticos internos, os xiitas e sunitas, intensificando e proporcionando uma maior propagação de grupos extremistas islâmicos.

Com proporções maiores do que imaginadas, o conflito se tornou inviável para os Estados Unidos e seus aliados, o custo com o setor bélico e com os altos gastos na guerra fizeram com que os EUA – durante o Governo Obama – decretasse o fim da intervenção americana e a retirada das suas tropas do território.

Os reflexos desta guerra são visíveis até os dias atuais, com o prolongamento de conflitos na região. Tal fato abre portas para a reflexão acerca da real necessidade de uma guerra tão devastadora e sangrenta.

No ponto de vista americano, ela foi justificável e importante, principalmente no que diz respeito ao combate ao terrorismo e à preservação de sua integridade moral, além de reforçar sua imagem como maior potência para toda a comunidade internacional. Portanto, deixando claro que aqueles se opusessem aos Estados Unidos sofreriam as consequências de sua repressão.

REFERÊNCIAS

https://brasilescola.uol.com.br/guerras/guerra-iraque.htm

https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/invasao-americana-no-iraque.htm