Antonio Amorim – Acadêmico do 5° semestre de Relações Internacionais da UNAMA

Não é dúvida para o mundo que a Beyoncé Knowles, ou simplesmente Beyoncé, é uma das artistas mais importantes do planeta. A Queen B, no decorrer de 20 anos, construiu seu império musical, mas provou que seu trabalho está muito além do mercado fonográfico.
A cantora nascida em 1981 em Houston, no Texas, se estabeleceu nos últimos anos como uma das maiores figuras de representatividade e empoderamento para mulheres no mundo todo, e recentemente, em 2019, a plataforma de streaming Netflix lançou o documentário Homecoming, o qual, a artista escreveu, dirigiu e foi produtora-executiva, dando um passo importante no universo artístico.
Se pararmos para analisar algumas das principais faixas da cantora: Flawless, Partition, Formation e Freedom, elas nos apresentam referenciais históricos e estéticos, os quais, Beyoncé utiliza para delimitar seu trabalho. Por exemplo, na faixa Flawless, segundo single do álbum epônimo “Beyoncé”, um trecho de uma fala da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie chama a atenção. Tal autora é conhecida por seu ativismo no feminismo voltado, principalmente, ao debate sobre as necessidades de mulheres negras: (…) Feminista: a pessoa que acredita na equidade social, política e econômica dos sexos. (ADICHIE, 2012).
Na faixa Partition, a sexualidade feminina é explorada. Já na faixa Formation, há referência ao ativista negro Messy Mya, que foi morto pela polícia estadunidense em 2010. Esta é uma das principais faixas do último álbum da cantora, o Lemonade (2016), e está repleta de referências ao movimento anti-segregacionista dos Estados Unidos.
E por último, a faixa Freedom, onde Beyoncé divide os vocais com o rapper estadunidense Kendrick Lamar. A canção inicia com o simbólico discurso de Martin Luther King: “I have a dream” e sua letra representa o protesto do povo afro-americano e todo o significado de resistência mediante aos esforços para sobreviver em um contexto racista marcado pela submissão, criminalização e genocídio contra a população negra.

REFERÊNCIAS:

Adichie, C. Ngozi. Sejamos todos feministas. Tradução de Christina Baum. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, 63 p. Disponível em:

Beyoncé – Homecoming – Crítica. Disponível em: https://www.omelete.com.br/filmes/criticas/homecoming-a-film-by-beyonce . Acesso em 06 fev 2021

Uma análise da indústria do entretenimento – Estudo de caso: a artista Beyoncé. Disponível em: https://dspace.unila.edu.br/handle/123456789/3206;jsessionid=912E28C32464AB33EDE75C80C28306B0 . Acesso em 06 fev 2021