
Amanda Araújo – Acadêmica do 3° semestre de Relações Internacionais da Unama.
Theodor Adorno (1903-1969) nascido em Frankfurt – Alemanha, foi um filósofo, sociólogo e crítico musical, além de um dos principais representantes da “Teoria Crítica”, desenvolvida a partir da Escola de Frankfurt. Recebeu excelente formação acadêmica, graduando-se em Filosofia na Universidade de Frankfurt em 1924 e anos mais tarde conclui seu doutorado na mesma instituição.
Adorno lecionou Filosofia, durante dois anos, na Universidade de Frankfurt mas acabou refugiando-se em Paris, a fim de escapar do regime nazista e posteriormente parte para Inglaterra, onde lecionou na Universidade de Oxford. Em 1950 volta para Alemanha, assume o cargo de codiretor do Instituto de Pesquisas Sociais (mais conhecido como Escola de Frankfurt) e, junto de grandes nomes como Walter Benjamim e Max Horkheimer, inicia os pensamentos que constituem a Teoria Crítica – vertente que propõe uma perspectiva pós-positivista crítica das Relações Internacionais.
Entre suas obras mais conhecidas, destacam-se “A Indústria Cultural – o Iluminismo como Mistificação das Massas” (1947) e “Crítica Cultural e Sociedade” (1949), onde o filósofo aborda o termo “Indústria Cultural” designado para nomear a exploração sistemática de bens culturais para fins lucrativos. Assim, Adorno afirma que a racionalidade instrumental mercantiliza a cultura, deixando de ser a expressão da criatividade humana e tornando-a cada vez mais mercadoria e portadora de ideologias dominantes, dando de exemplo o cinema:
“Ultrapassando de longe o teatro de ilusões, o filme não deixa mais à fantasia e ao pensamento dos espectadores nenhuma dimensão na qual estes possam, sem perder o fio, passear e divagar no quadro da obra fílmica permanecendo, no entanto, livres do controle de seus dados exato, e é assim precisamente que o filme adestra o espectador entregue a ele para se identificar imediatamente com a realidade. Atualmente, a atrofia da imaginação e da espontaneidade do consumidor cultural não precisa ser reduzida a mecanismos psicológicos. Os próprios produtos (…) paralisam essas capacidades em virtude de sua própria constituição objetiva.” (ADORNO & HORKHEIMER, pág 119,1997)