Yasmin Garcia – Acadêmica do 3º semestre de Relações Internacionais

Lançado em 12 de setembro de 2008, O Menino do Pijama Listrado é uma adaptação da obra literária de mesmo nome para as telas do cinema. Dirigido por Mark Herman, o longa conta com o elenco infantil composto por Asa Butterfield e Jack Scanlon, que dão vida à amizade protagonista do filme: Bruno e Shmuel.
O contexto histórico da película é a Alemanha nazista da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), mas, sob a óptica de um inocente menino de 8 anos de idade. Filho de um oficial nazista, Bruno muda-se de sua cidade natal, Berlim, para uma casa isolada e longe do perímetro urbano. Por perder o contato com seus antigos amigos, e sua irmã Gretel – três anos mais velha – passando por mudanças físicas e emocionais, o pequeno garoto se vê entediado e buscando por novas aventuras.
Por isso, resolve explorar mais o terreno onde a casa é localizada. Depois de um tempo de caminhada, Bruno encontra um menino, vestindo um pijama listrado e sentado atrás de uma cerca eletrificada: Shmuel. No desenrolar da história, os dois formam um laço de amizade, que mostra-se cada dia mais forte. Bruno esconde seu novo amigo de seus pais, por medo de que os mesmos o proíbam de encontrá-lo, mas, o visita todos os dias, levando jogos e apresentando brincadeiras ao judeu.
Contudo, o fechamento da história se faz triste e de partir o coração: quando Shmuel não consegue encontrar seu pai, ganha a ajuda de Bruno, que em seu último dia na casa cruza a cerca e veste o tão famoso “pijama” que o amigo sempre usava, a fim de ficar parecido com ele. Infelizmente, os dois se misturam a um grupo de homens adultos, que estão sendo levados para um quarto escuro – as Câmaras de Gás -, onde as duas crianças acabam sendo cruelmente assassinadas.
Analisar o filme supracitado é de extrema relevância, principalmente pelo peso do contexto histórico, social e cultural que a obra retrata. Em primeiro plano, é essencial mencionar que a narração é realizada sob o ponto de vista de um menino inocente, com apenas 8 anos de idade. Desta maneira, não é de se impressionar que alguns acontecimentos são amenizados no decorrer do longa: cenas de tiro, guerra e até mesmo assassinatos são implícitas.
É notável que o autor busca criticar a ignorância humana e ressaltar a inocência e a pureza de uma criança. Na conjuntura exposta, a aproximação entre um judeu e um nazista era a última coisa que aconteceria – aos olhos dos xenofóbicos assassinos da época. Por isso, quando Bruno e Shmuel começam a se relacionar tão pacificamente, a candidez infantil se torna cada vez mais vista – ainda mais depois da cena em que o menino “nazista” humildemente pede desculpas ao amigo, que era visto, segundo os mais velhos, como sujo e impuro.
Portanto, percebe-se o quão bem apresentado é o Holocausto no filme, ainda que de forma mais leve. Ademais, é imprescindível deixar clara a importância e peso que o longa possui, principalmente para podermos entender melhor os fatos históricos e as atrocidades cometidas contra o povo judeu.