Ana Beatriz Cruz da Costa – Acadêmica do 6º semestre de Relações Internacionais da UNAMA

As Organizações Internacionais são instituições compostas por Estados-membros, possuindo personalidade jurídica legitimada por esses Estados, tendo suas metas e objetivos, além de atuar de maneira regional ou mundial. Por isso, há um custeio, o qual, conta com a participação financeira de seus membros. Consequentemente, os países mais ricos são os mais participativos financeiramente, inclusive, possuem a capacidade de iniciativa para criar uma organização, e com isso, surgem algumas problemáticas em torno dessa contribuição díspar.

A ONU nasce com o principal objetivo de manter a paz mundial no pós-guerra fria, pautando também a segurança internacional, missões de paz, perspectivas e planejamentos para o futuro, além de propiciar um cenário de cooperação facilitada em diversos âmbitos. Atualmente, a Organização conta com a participação de 193 países, e apresentou um orçamento para 2020 de 3 bilhões de dólares para o funcionamento da organização. Esses gastos são financiados pelos países-membros com base em seus Produto Nacional Bruto somado a doações voluntárias, ou seja, as grandes potências econômicas como China, EUA, Alemanha, Japão e entre outros, são as maiores responsáveis pela sua manutenção e esse financiamento é direcionado para as metas e objetivos.

Nesse cenário, durante o governo de Trump, os EUA e a China, no mesmo período, adotaram medidas contrárias em relação à ONU. Donald Trump tinha como objetivo a diminuição da participação financeira dos EUA na Organização, pois afirmava que a mesma demandava muitos custos para os EUA como o maior contribuidor, mas não apresentava resultados satisfatórios, com isso, retirou 3% da ajuda para as missões de paz, ou seja, o mesmo busca enfatizar sua importância para a existência da Organização.

Por outro lado, a China, como a segunda maior contribuidora da Organização, busca aumentar gradativamente sua participação entre os anos de 2020 e 2021 como forma de reafirma a China como uma grande responsável, ou seja, essa atitude também pode ser interpretada como uma forma de projetar o seu crescimento econômico das últimas décadas.

Entretanto, com a ascensão de Joe Biden ao poder, há muitas expectativas sobre o novo presidente que ressalta a importância de acordos multilaterais e das Organizações Internacionais, ao afirmar que pretende retornar os EUA para o acordo de Paris e que possui como objetivos voltados para a proteção dos direitos humanos. Portanto, há grandes possibilidades de uma nova reaproximação financeira dos EUA com a ONU.

REFERÊNCIAS:

CHINA aumenta sua contribuição à ONU e sela seu compromisso com a comunidade internacional. XINHUA Português, 2018. Disponível em: http://portuguese.xinhuanet.com/2018-12/27/c_137702130.htm. Acesso em: 20 dez. 2020.

ONU: A Organização das Nações Unidas, Associação para a Promoção dos Direitos Humanos, da Cultura e do Desenvolvimento, v. 1, p. 9-407, 2007. Disponível em: https://biblioteca.isced.ac.mz/bitstream/123456789/699/1/A%20Organizacao%20das%20Nacoes%20Unidas.pdf. Acesso em: 20 dez. 2020.

Orçamento da ONU, ISTOÉ., 20 dez. 2020. Disponível em: https://istoe.com.br/confira-quem-paga-o-que-no-orcamento-da-onu/. Acesso em: 20 dez. 2020.