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Cecília Picanço Cartágenes – Acadêmica do 2° semestre de Relações Internacionais da UNAMA

A independência das 13 colônias americanas aconteceu em 1776 e, a partir daí, os Estados Unidos organizaram-se em uma federação presidencialista. No entanto, nos anos seguintes, o contexto social e político do país revelou as divergências existentes no país, especialmente entre o Norte e o Sul, o que, consequentemente, propiciou um embate futuro de consequências ainda na contemporaneidade.

Diante de uma perspectiva mais desenvolvimentista, baseado na economia industrial e na mão de obra assalariada, e de uma nova classe de trabalhadores que configurava burguesia industrial, o Norte se caracterizava por um crescimento econômico cada vez mais forte. Por outro lado, o Sul, de maneira diferente, baseava suas atividades na agricultura, com plantations, utilizando predominantemente mão de obra escrava, geradora de lucro por meio do tráfico transatlântico.

A oposição Norte- Sul se dava pelas diferenças alarmantes do contexto em que cada uma das regiões se organizava. Ainda que elas tivessem uma ligação no âmbito econômico, tendo em vista que a região Sul produzia o algodão necessário para a indústria têxtil dos Nortistas, a relação conflituosa predominava. Nesse sentido, os nortistas defendiam fortemente a liberdade, as propriedades menores como um direito, contrapondo a escravidão, assim também como a região sul criticava os altos impostos resultantes da industrialização, e o posicionamento de “liderança econômica” dos nortistas. Diante desse cenário, a população sulista cogitava a separação do Norte, e consequentemente a criação de um outro país, denominado “Estados confederados da América”.

Nesse contexto, em 1860 o representante do Norte, Abraham Lincoln, foi eleito presidente. Pode-se dizer que, de certa forma, esse foi o marco inicial da guerra, com a região sul buscando efetivar seu projeto separatista, e estabelecendo inclusive um presidente, o presidente da união. Abraham Lincoln não reconheceu essa independência, e em 1861 iniciou-se de fato a guerra civil americana.

No que diz respeito ao conflito e às estratégias por eles utilizadas, os sulistas contaram com o apoio do General Robert E. Lee reconhecido por sua experiência estratégica, assim como os militares que integravam seu exército. No Norte, o desenvolvimento favoreceu seu desempenho diante das tecnologias utilizadas, como o telégrafo, o canhão de longo alcance, dentre outras. Além disso, Lincoln também utilizou a Lei de Terras em 1862 como estratégia, que consistia no incentivo a ocupação de pequenas propriedades na região oeste do país, consequentemente, aumentando seu número de aliados.

Diante disso, no penúltimo ano antes do fim da guerra, em 1864, a situação dos sulistas era preocupante. Com a prisão do presidente por eles eleito, e a rendição do general Robert Lee, a guerra chega ao fim em 1865 com a vitória do Norte.

Assim, é importante ressaltar a proporção do conflito, e a forma na qual ele ocorreu. Elefoi altamente destrutivo e agressivo, além de ocasionar inúmeros danos de cunho econômico, social, e especialmente à vida, totalizando 600 mil pessoas mortas por conta da guerra.

Com o fim da guerra secessão, a liberdade dos escravos é efetivada, e a própria identidade de Abraham Lincoln foi associada a essa liderança que lutou pela unificação do país e efetivou a liberdades dos escravos. A região Sul permaneceu muito abalada no contexto pós-guerra, tendo inúmeras perdas, em contrapartida a região Norte apesar dos vários impactos, expandiu suas atividades comerciais e progrediu em seu crescimento.

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REFERÊNCIAS:

IZECKSOHN, Vitor. Escravidão, federalismo e democracia: a luta pelo controle do Estado nacional norte-americano antes da Secessão. Topoi (Rio J.), Rio de Janeiro, v. 4, n. 6, p. 47-81, Jun. 2003.   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-101X2003000100047&lng=en&nrm=iso&gt; Accesso em:  25 Nov.  2020.

FERNANDES, Cláudio. Guerra Civil Americana. História do Mundo. Disponível em: <https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/guerra-civil-americana.htm> Acesso em: 24 de Nov. de 2020.

STECKELBERG, Anna Julia. Guerra civil americana- O que foi, principais motivos e suas consequências. Conhecimento cientifico R7, 17 de Nov. de 2019. Disponível em: <https://conhecimentocientifico.r7.com/guerra-civil-americana/> Acesso em: 25 de Nov. de 2020.