
Paula Castro – Acadêmica do 6° semestre de Relações Internacionais da UNAMA
De acordo com os conceitos apresentados por Noberto Bobbio e a professora Dra. Mayane Bento, pode concluir-se que o campo da Política Internacional Comparada é de extrema importância para os acadêmicos de Relações Internacionais; conceitos fundamentais como Sistema Internacional, Política Internacional, Política Externa e Diplomacia são indispensáveis para aqueles que visam à análise e ao estudo das RI, principalmente na Política Internacional Comparada, que consta em analisar teorias, fatos históricos e acontecimentos internos e externos de dois ou mais países, a partir de um método comparativo, a fim de obter conclusões sobre as semelhanças e divergências sobre os países presentes no sistema internacional.
Didier Bigo (2013) discorre sobre a Sociologia Política Internacional, que tem como objetivo debater sobre algumas questões abertas deixadas em vários campos que a compõem, como sociologia da globalização, movimentos sociais transnacionais, antropologia política, teoria política, geografia e criminologia crítica. A importância da política na SPI se consolida pela forma mais completa de análise das áreas de RI, como ciência política, teoria política, sociologia, antropologia e geografia. Essa vertente se distancia do mainstream teórico das Relações Internacionais, sendo definida como pós-positivista, construtivista e desconstrucionista.
Na obra The Road Ahead, de Gonçalves e Vaisse, aborda diversas possibilidades de acontecimentos para o ano de 2030, os quais trabalham com a dualidade entre o poder estar concentrado nas mãos do Estado e estar divido entre Estado e sociedade civil, podendo ele ser construtivo ou destrutivo. O texto expõe oito cenários, que variam entre um estado de cooperação a uma situação de conflito, de uma predominância da dominação dos Estados no sistema até uma possível descentralização do poder do âmbito estatal a outros atores, como ONGs e empresas transnacionais atuando em um mundo multilateral com vários polos de poder.
A disputa entre EUA e China se iniciou no ano de 2018, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, impôs taxas sob as importações de produtos chineses em seu país, prática protecionista que teve como objetivo fortalecer a indústria e a economia estadunidense. O presidente chinês, Xi Jinping, respondeu às taxações da mesma forma, fato que foi gerando e estabelecendo uma guerra comercial entre as duas maiores potências do mundo. Com a continuidade das divergências partidas do presidente Trump, o conflito se estendeu até o campo ideológico, com acusações de que a China utiliza hackers e espionagem para roubar a propriedade intelectual e segredos comercias de empresas norte-americanas, o que posteriormente resultou na ameaça de banimento do aplicativo chinês Tik Tok nos Estados Unidos e também no boicote à tecnologia 5G, desenvolvida pela chinesa Huawei.
No ano de 2020, o cenário de disputa se intensificou. Com a pandemia do novo coronavírus, Donald Trump incansavelmente culpa a nação asiática por não conter o avanço do vírus e de esconder dados sobre a doença. Além disso, o presidente americano também criticou severamente a Organização Mundial da Saúde (OMS), ao afirmar que o órgão é controlado pela China e também falhou gravemente em combater a covid-19, retirando oficialmente o país da organização.
No que diz respeito à pandemia, a retirada dos EUA da OMS prejudica bastante a organização e todos os países-membros afetados pela covid-19, pois a suspensão da quantia paga pelos EUA, estimada em US$450 milhões em 2020. A ausência dessa quantia causa um rombo no orçamento da organização, que necessita da contribuição dos países-membros para desenvolver estudos e vacinas contra diversas doenças existentes no mundo, principalmente em um momento de pandemia, quando os países precisam se unir em prol da superação da doença.
REFERÊNCIAS: