Leticia Gonçalves – Acadêmica do 2º semestre de Relações Internacionais da UNAMA.

As organizações internacionais são consideradas atualmente parte central da política internacional, assim como da vida social ao redor do mundo (HERZ, RIBEIRO & TABAK, 2015).

A disciplina de Organizações Internacionais abrange desde discussões como o padrão que a Organização das Nações Unidas (ONU) até explicações sobre a estrutura organizacional dos países. Conhecida inicialmente como “Organização das Sociedades Humanas” (SEITENFUS, 2012), foi introduzida no século XVII por conta do modelo de Estado da época. Entretanto, o mundo começa a conhecer as relações internacionais de modo mais profundo, causando a necessidade do Estado em introduzi-la de modo mais efetivo, já que, apesar de forte influência e máximo respeito, não conseguia/consegue transmitir segurança a todos os seus cidadãos. 

Sabe-se que as organizações internacionais entram na atual sociedade para “fazer a ponte” das relações entre diversos estados para que o número de guerras e pequenos conflitos sejam reduzidos. É a partir da primeira guerra mundial que essas organizações geraram objetivos específicos, como: economia, ambiente, militarismo, dentre outros, trazendo positividade no domínio da paz. Por exemplo, a uma pandemia causada pelo covid-19, que se perdura a quase 12 meses, a qual, gerou e ainda está gerando desemprego, fome e a necessidade de medidas urgentes. Em soma a isso, uma das principais organizações, a FMI (Fundo  Monetário Internacional) está atuando fortemente, por meio de empréstimos, que visam a melhoria e a estagnação de uma boa economia, além de saúde e renda. 

Em sua obra “O paradoxo do poder americano” (2002), o cientista político liberal Joseph Nye Jr. consegue explicar um dos mais famosos conceitos existentes em R.I, o Soft Power. Este mecanismo serve para mostrar que o poder não esta apenas na “bolha” do Estado, mas sim, é compartilhado por diferentes atores, sendo estatal ou não estatal. Mas, é a partir desse ponto que fica o questionamento; “E onde isso se encaixa?”, e a resposta para isso é: “Em tudo, incluindo nas organizações internacionais”. O Soft Power (poder brando), como uma nova modalidade, busca provar que há outras maneiras de obter poder globalmente e é com o usar da aptidão de cada país que se pode causar influências sobre os outros, pois, “o poder brando se arrima na capacidade de definir a agenda política  para formar as preferências  dos demais” (NYE, 2002, p. 37). Em virtude disso, as OIS servem para persuadir, em escala global, diferentes países buscando sempre a cooperação e a concórdia entre a teia global existente, além de ser o “poder brando” que faz com que essas entidades consigam tirar os resultados que precisam. 

Logo, o poder, a cooperação e a existência de tais organizações fazem com que o nosso cenário coletivo e mundial seja complexo, mas, ao mesmo tempo, de extrema importância e necessidade para a formação do ser humano. 

REFERÊNCIAS 

HOFFMAN, Andrea R; HERZ, Mônica;  TABAK, Jana. Organizações Internacionais: História e Práticas. [s.l.]: GEN Atlas, 2015.

MARTINELLI,  Caio B. O Jogo Tridimensional: o Hard Power, o Soft Power e a Interdependência Complexa, segundo Joseph Nye. Conjuntura Global, vol. 5 n. 1, jan./abr., 2016, p. 65-80.

NYE, Joseph S. Soft Power: The Means To Success In World Politics. [s.l.]: PublicAffairs, 2004.

SEITENFUS, Ricardo. Manual das organizações internacionais. – Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2012. 

TABARIN, Charles S. O soft power na geopolítica contemporânea: ativismo brasileiro em conferências sociais e ambientais da ONU. Terra Livre – N. 51 (2): 94-119, 2018.