Ana Julia Barbosa do Nascimento – Acadêmica do 4º semestre de Relações Internacionais da UNAMA

Durante a criação da Agenda 2030 da Organizações Unidas, forte foi a influência das teorias Liberais de Relações Internacionais. Nota-se a importância do estímulo cooperativo entre as nações, considerando que essa agenda se refere à meta de trabalhar incansavelmente em cima dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com o prazo de conclusão em 2030.

Esses 17 objetivos baseados em ideais de desenvolvimento sustentável, cooperação mútua e prosperidade estão orientados para a conclusão da meta principal: a erradicação da pobreza, da fome e da desigualdades em geral para todos os povos do planeta. Sabe-se que essa agenda foi estipulada no período de 25 a 27 de setembro de 2015 na sede da ONU em Nova York por seus membros.

Através da adoção dessas metas, os países se comprometeram de maneira cooperativa a trabalhar em cima de mudanças para alcançar um bem maior, alicerçados nos principais valores da teoria liberal clássica de Relações Internacionais. Essa teoria diz, principalmente, que a condição natural do homem é fadada a cooperação. Dessa forma, a teoria diz que é necessária a organização de instituições democráticas transparentes para manter os princípios de paz no sistema internacional. Mas também afirma a importância da estipulação da liberdade comercial, pois, explica que a união dos povos pelo comércio estimularia a criação de zonas de paz e cooperação (JATOBA, 2013).

Partindo para a versão mais contemporânea da teoria, encontra-se a teoria Neoliberal das Relações Internacionais, a qual diz que a intensificação das relações comerciais e a emergência de novos atores no sistema internacional levaria à interdependência complexa dos atores. A interdependência complexa, proposta por Joseph Nye e Robert Keohane, colocaria a existência de canais que conectaria os atores envolvidos, através da relações comerciais. Por isso, essa ligação impediria a perpetuação de meios belicosos de resolução de conflitos, pelo risco de retaliação de maneira mais profunda.

Dessa forma, é possível traçar o paralelo entre a Agenda de 2030, as teorias liberais das R.I e a importância da cooperação dentro do cenário internacional, pois, com a promoção clara de realização de objetivos através da união dos povos, fica estimulado o crescimento do processo de ligação profunda e interdependência complexa entre as nações através da cooperação, colocando, então, o modelo cooperativo como fonte principal de meios pacíficos para a resolução de litígios dentro do sistema internacional.

Referências:

JATOBÁ, Daniel. Teoria das Relações Internacionais. Saraiva, 2013

ITAMARATY. Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: < http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_desenvsust/Agenda2030-completo-site.pdf >. Acesso em: 08/10/2020.