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Larissa Schoemberger – Acadêmica do 5° semestre de Relações Internacionais da UNAMA

2020 foi o ano em que os EUA mais se mostraram unilaterais desde George W. Bush, principalmente agora neste período de pandemia, isso porque o atual presidente segue à risca seu lema America First. Mas como isso afeta o resto do mundo? E as organizações multilaterais como a OMS?

Nas relações internacionais existe a teoria neoliberal que nos ajuda a compreender a complexa ordem mundial e o sistema que integra não apenas os estados-nações como também outros atores políticos e relações transnacionais que ajudam no funcionamento do sistema internacional. Para Keohane as instituições multilaterais como a OMS, são grupos formais ou informais, criados pelos Estados com objetivos em comum, elas ajudam na construção de agendas internacionais e dão suporte para a cooperação internacional.

O unilateralismo, das ações de Trump que desconsidera a governança global, é explicado pelas relações internacionais como uma forma de doutrinas ou agendas que apoiem ações unilaterais, também exercidas como política externa.

A ideia do mundo unilateral se afirma sobre o pressuposto de que a maioria das nações, principalmente as que estão em desenvolvimento, acreditam que os Estados Unidos é o centro do poder dado que o mundo se move em torno das suas declarações e decisões. Isso afeta fortemente bolsas de valores do mundo e taxas de câmbio de muitas moedas, os EUA é um dos poucos, se não o único país, que está em constante movimento político.

A OMS, dentro desse cenário, vai perdendo força visto as recentes decisões tomadas pelo presidente Trump primeiramente a de suspender o financiamento a essa instituição no dia (14/04) que chegava a 15%, e depois formalizou sua saída da organização no dia (07/07) sendo o Estado que mais contribuiu financeiramente, esse procedimento todo levará um ano e a saída definitiva será em (06/07) de 2021, caso Joe Biden não consiga se eleger. Além disso ainda tem a sua influência sobre outros países como o Brasil que seguindo sua linha de pensamento também ameaça sair da OMS se ela não mudar seu “viés ideológico”.

Conclui-se que se Trump conseguir se reeleger nas eleições de dezembro e continuar seguindo de forma unilateral a OMS vai continua perdendo forças dentro do cenário internacional até se tornar ineficaz, pois além de não ter financiamento e nem apoio da maior influência mundial, os EUA podem influenciar outros Estados conservadores a se voltarem contra a organização.

REFERÊNCIAS:

AFP. Brasil ameaça deixar OMS e Trump diz que EUA está vencendo a COVID-19. Estado de Minas Internacional, 06 de junho de 2020. Disponível em:< https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2020/06/06/interna_internacional,1154439/brasil-ameaca-deixar-oms-e-trump-diz-que-eua-esta-vencendo-a-covid-19.shtml>. Acesso em: 10 de julho de 2020.

COHEN, S. Ação unilateral desastrada. G1, 13 de março de 2020. Disponível em:<https://g1.globo.com/mundo/blog/sandra-cohen/post/2020/03/13/acao-unilateral-desastrada.ghtml>. Acesso em 10 de julho de 2020.

SANCHES, M. Em meio a novo pico de coronavírus no país, Trump oficializa saída dos EUA da OMS. BBC News Brasil, 07 de julho, 2020. Disponível em:< https://www.bbc.com/portuguese/internacional-53329605>. Acesso em 10 de julho de 2020.

SARFATI, G. Teoria das Relações Internacionais. São Paulo: Saraiva, 2005.