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Paolla Aquino – Acadêmica do 3º semestre de Relações Internacionais da UNAMA

A teoria neoliberal engloba diversas características que possibilitam a compreensão das Relações Internacionais devido ao trabalho e análise de vários estudiosos dentro desse campo. Uma das características mais importantes é de que os Estados continuam sendo os atores principais dentro das relações internacionais, entretanto atores não-estatais também são relevantes e apesar do sistema internacional ser considerado anárquico, isso não significa que seu estado de natureza é de constante guerra (como os neorrealistas defendem).

Um importante ponto da teoria neoliberal é também a compreensão de que o sistema internacional não pode ser entendido de forma isolada, porque grande parte do comportamento dos Estados deve-se pelo grau de institucionalização no relacionamento entre eles, ou seja, a habilidade dos Estados de se comunicar e cooperar depende da construção de instituições que podem variar em termos de sua natureza e força.

Dentro da perspectiva neoliberal, as instituições afetam o comportamento dos Estados visto que muitos atores compartilham de interesses comuns, e com as instituições tais atores veem uma oportunidade de ganhar algo com a cooperação; além disso, as instituições têm o poder de que, caso um Estado tome uma atitude unilateral em relação a determinado assunto, tal atitude pode prejudicar sua relação com outros Estados em várias áreas que compõe o sistema internacional.

Armas químicas são substâncias químicas utilizadas para atacar e fazer sofrer uma população civil ou um inimigo externo, primeira utilização de substâncias químicas como armas de uso militar foi registrado durante a primeira guerra mundial com a principal substância sendo o gás mostarda. Apesar de não ser considerada uma arma biológica, nuclear ou radiológica, ainda sim as armas químicas se enquadram como armas de destruição em massa e, por conta disso, em 1925 foi criado o protocolo de Genebra que impedia o uso delas em batalhas.

Entretanto, mesmo com o protocolo, muitas guerras como a Segunda Guerra Mundial, guerra do Vietnã e a guerra Irã-Iraque foram travadas com a utilização de armas químicas que podem ser facilmente dispersas em gás, líquido e formas sólidas que provocam reações específicas no corpo humano levando a morte em pouco tempo e por ser impossível de identificar são considerados como “inimigos invisíveis” o qual você não tem como fugir ou se esconder.

Com o fracasso do protocolo de Genebra, em 1997 durante a Convenção sobre proibição do desenvolvimento, produção, armazenamento e utilização de armas químicas foi promulgado e assinado um acordo criando a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) que tem como objetivos destruir as armas químicas que restaram desses conflitos. Desde então, a OPAQ trabalha em convencer países que ainda não aderiram à convenção, provendo assistência e proteção à países-membros casos estes sejam atacados ou ameaçados de ataques com armas químicas, monitorando atividades de indústrias químicas para que produtos químicos não sejam usados de forma inapropriada, além de promover a cooperação internacional para o uso pacífico de produtos químicos.

Analisando a situação vivida por inúmeros civis e combatentes que tiveram suas vidas tiradas devido a utilização de armas químicas, observa-se a importância que tem as organizações internacionais que promovem a cooperação contra desastres humanitários. Um bom exemplo é a OPAQ que em 2013 recebeu o prêmio Nobel da Paz, apresentando diversas premissas da teoria neoliberal como o “People Count” e que há sim formas dos Estados promoverem a cooperação entre si, além de ter o apoio das indústrias químicas evidenciando o desenvolvimento de tais parcerias. 

 

Referências:

SARFATI, G. Teoria das Relações Internacionais. São Paulo: Saraiva, 2005.

GALLI, Larissa. Acordo internacional que proíbe uso de armas químicas completa 20 anos. Disponível em: < https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2017-04/acordo-internacional-que-proibe-uso-de-armas-quimicas-completa-20-anos > Acesso em 24 de abril de 2020.

SANZ, Beatriz. O que são armas químicas? Sete pontos para entender esta ameaça. Disponível em: < https://noticias.r7.com/internacional/o-que-sao-armas-quimicas-sete-pontos-para-entender-esta-ameaca-19042018 > Acesso em 24 de abril de 2020.